História - João Pessoa (PB)

Para Elias Erckman, Paraíba significa rio mau, porto ruim, ou mar corrompido. Varnhagen também indica a tradução de rio mau e Teodoro Sampaio, a de rio impraticável. O significado exato seria braço de mar, pois os primeiros geógrafos que estudaram o rio tomaram-no por um braço de mar, sendo provável que os índios assim o tivesse considerado. Toda a região do São Domingos (primeiro nome dado ao Paraíba) era habitada por índios Tabajara, cortejados pelos franceses que exploravam o pau-brasil e tentavam conservá-los hostis aos exploradores de outras nacionalidades.
 
Em 1574, os índios participaram do ataque ao engenho de Diogo Dias, na Capitania de Itamaracá. Portugal temia que os franceses ali se estabelecessem definitivamente e ordenou a construção de fortes na foz do rio, pelos portugueses que sofreram várias derrotas. No início de 1585, chegou à região, Martim Leitão, Ouvidor Geral da Bahia, chefiando uma expedição que deveria restaurar os fortins da barra e desalojar os franceses de diversas posições. 

Nesse mesmo ano, os portugueses criaram o Forte do Varadouro, às margens do rio Sanhauá, pequeno afluente do rio Paraíba, e fundaram o povoado. Em homenagem ao santo do dia, o lugar recebeu o nome de Nossa Senhora das Neves, até hoje padroeira da cidade. Em honra ao rei da Espanha, que dominava Portugal, a cidade recebeu o nome de Felipéia. Chegaram várias famílias, levadas pelo Ouvidor-Geral Martim Leitão, que providenciou a construção de fortes, igrejas e casas de moradia. 

As lutas com os índios prosseguiram ainda durante anos, ora contra os Tapuias, que viviam no interior, ora contra os Potiguares, que habitavam o norte. A cidade desenvolveu-se lentamente e nela viria radicar-se Duarte Gomes da Silveira - companheiro de Martim Leitão, em uma de suas expedições. A fim de estimular o progresso da cidade, Silveira instituiu prêmios para recompensar os habitantes que levantassem casas de moradia e fundou, em 1639, o Morgado Salvador do Mundo, como patrimônio da Santa Casa de Misericórdia da Paraíba.

Na década de 1630, possuía cerca de 1.500 habitantes e em suas imediações funcionavam 18 engenhos de açúcar. Com a aproximação das forças holandesas, o povo abandonou a cidade depois de incendiar os prédios mais importantes. O povoado foi ocupada pelos holandeses, depois de ataques aos fortins da barra, defendidos pelas tropas aquarteladas em Cabedelo. Comandados pelo coronel holandês Segismund Von Schkoppe, 2.500 homens invadiram a cidade que recebeu o nome de Frederikstadt (Frederícia).  O povo paraibano resistiu, comandado por André Vidal de Negreiros, organizador do movimento de reação e, em 1654, os holandeses foram expulsos.

No século XVIII, novas igrejas marcaram a expansão da vila, entre elas o majestoso conjunto barroco formado pela igreja de São Francisco e o Convento de Santo Antônio. A capital chamou-se Paraíba do Norte até 1930, quando passou a denominar-se João Pessoa, em homenagem ao Presidente do Estado, assassinado em Recife, durante campanha política. Sua morte foi uma das causas imediatas da Revolução de 1930. A modernização urbana de João Pessoa ocorreu a partir de meados do século XIX e atingiu o ápice no século XX, de 1920 a 1970, com alterações urbanas e obras viárias que mudaram a fisionomia do núcleo inicial da cidade.

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