História - Natal (RN)
O povoado que daria origem a Natal surgiu no final do século XVI, com a expedição organizada para expulsar os corsários franceses do Brasil, dentre os quais estava Jacques Riffault. Com o passar do tempo, o local onde Riffault ancorava o seu navio passou a ser chamado de Refoles (ou Rifoles). Para combater os franceses que retiravam pau-brasil da região, os portugueses organizaram uma expedição comandada pelo almirante Antônio da Costa Valente que aportou com sua esquadra na barra do rio Potengi, em 1597.
No ano seguinte, o almirante iniciou a construção do Forte dos Reis Magos, na foz do rio, redondezas de Boca da Barra, local onde se iniciou o povoado batizado como Cidade dos Reis. O Forte era importante para defesa contra as incursões francesas na América do Sul, e conquista do território no extremo norte do continente, durante a união das coroas de Portugal e Espanha, no século XVI. Os portugueses expulsaram os franceses em 25 de dezembro de 1599 (Dia de Natal). O povoado começou a crescer ao redor da fortaleza e, nessa região, os portugueses ergueram a primeira igreja (atual Igreja Matriz de Nossa Senhora da Apresentação, no marco zero da cidade).
Entretanto, em 1631, os holandeses - que haviam invadido Pernambuco, em 1630 - tentaram ocupar o Rio Grande do norte, sem sucesso. Eles voltaram em 1633, partindo de Recife com uma esquadra (onze embarcações com mais de 800 homens) comandada pelo almirante Jean Cornelissen Liichthord. Construíram seus acampamentos nas proximidades do Forte e conquistaram o local. O Rio Grande do Norte serviu como ponto estratégico para o fortalecimento do domínio holandês no Brasil e pela sua potencialidade no tocante ao fornecimento de alimentos para os moradores de Pernambuco. Iniciou-se, então, o domínio holandês também nessa região, que se estendeu até 1654, quando foram expulsos do país.
O distrito de Natal foi criado em 1904. No século XX, por sua posição geográfica estratégica, em 1920, Natal conviveu com o advento da aviação e sediou as bases militares das forças aliadas durante a 2ª Guerra Mundial (1939-1945), devido à sua situação geográfica estratégica no Oceano Atlântico, no extremo leste da América do Sul. A privilegiada posição da cidade no litoral nordestino fez com que, durante a guerra, Natal se desenvolvesse com a presença de contingentes militares brasileiros e aliados, particularmente norte‐americanos.
Em 1941, a Marinha do Brasil criou uma Base Naval de Natal no Refoles (atual Bairro do Alecrim), trazendo navios e caça-submarinos americanos. Em 1942, a Força Aérea Brasileira (FAB) instalou uma base em Parnamirim e, no mesmo ano, militares americanos, com o apoio do governo brasileiro, montaram uma base próxima - a Parnamirim Field. Também foi instalada a Base da Rampa, nas Rocas, área contígua à Ribeira, onde atracavam, principalmente, hidroaviões. Nesse período, com a construção das bases aérea e naval, a cidade era chamada “Trampolim da Vitória”. Toda essa movimentação possibilitou intensas transformações físicas e culturais, marcadas na memória popular e na estrutura da cidade.
A partir das décadas de 1950 e 1960, a área urbana se expandiu rapidamente, ocupando a margem norte do rio de forma mais intensa, em 1980. Nas décadas de 1970 e 1980, a cidade viveu uma grande expansão urbana. Com o auxílio do projeto de expansão industrial nordestino, foram implantados polos industriais nas cidades de Parnamirim e Extremoz, financiados pela antiga Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). A implantação dessas indústrias implicou na construção de vários conjuntos habitacionais capazes de atender às pessoas que chegavam à cidade em busca emprego.