História - Congonhas (MG)

A exemplo de outros núcleos urbanos históricos mineiros, a origem de Congonhas está intimamente ligada à descoberta de lavras de ouro nas Minas Gerais. Em fins do século XVII, notícias sobre a existência de ouro abundante na região atraíram aventureiros e faiscadores ao sertão. A partir de então, começaram a ser trabalhadas as mais importantes lavras que dariam origem às primeiras cidades mineiras, onde a riqueza obtida com o ouro e a religiosidade resultaram na edificação do atual patrimônio.

A povoação foi originalmente implantada sobre dois morros opostos, entre os quais corre o rio Maranhão, antigo rio Congonhas. Suas ruas - caminhos estreitos e sinuosos - se organizavam de acordo com as condições topográficas mais favoráveis, onde a população construiu sobrados e igrejas. No início do século XVIII, o povoado era considerado um importante centro de mineração, de onde saíram grandes fortunas.

Em meados desse mesmo século, Congonhas havia se tornado um importante centro religioso. Na área central, que corresponde ao núcleo de origem da antiga povoação, as praças surgiram junto às igrejas, como a Praça da Matriz de Nossa Senhora da Conceição e a da Basílica do Senhor Bom Jesus de Matozinhos. A mais antiga das igrejas é a de Nossa Senhora do Rosário, construída no início da formação do povoado. 

Quando as minas de ouro começaram a se esgotar, surgiram as consequências: a cidade viveu um período de marasmo econômico que só era relativamente aliviado uma vez por ano, em setembro, durante a semana do Jubileu do Senhor Bom Jesus do Matozinhos, quando milhares de romeiros visitavam a cidade. O município voltou-se à exploração do minério de ferro e, em 1811, o barão Wilhelm Ludwig von Eschwege, veio ao Brasil para estudar as riquezas minerais da região e instalou, com apoio local, o primeiro centro siderúrgico do país - a Usina Patriótica. 

Congonhas (antiga Congonhas do Campo) pertenceu ao município de Ouro Preto, durante muito tempo. Apenas em 1938, foi elevada à categoria de município e, em 1948, seu nome foi simplificado para Congonhas. Na segunda metade do século XX, a exploração do minério de ferro renovou a economia local. Grandes empresas mineradoras colocaram Congonhas entre as cidades que mais arrecadam impostos, no Estado de Minas (século XX e inicio do século XXI). Apesar do processo de transformação ocorrido com seu crescimento urbano, decorrente do intenso processo de mineração de ferro, o Santuário mantém-se intacto e continua sendo um ícone da arte sacra e da religiosidade no Brasil. 

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