​Monumentos e Espaços Públicos Tombados - Congonhas (MG)

Igreja de Nossa Senhora do Rosário, Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, Igreja de São José (com talha neoclássica, construída em 1817), Igreja de Nossa Senhora D'ajuda (distrito do Alto Maranhão), Capela de Nossa Senhora da Soledade, capelas dos Passos da Paixão, Profetas de Aleijadinho (esculturas em pedra sabão), Estação Ferroviária, Museu dos Ex-Votos, Praça São José, Ladeira, Praça Dom Helvécio e Praça Portugal, entre outros.  

Santuário do Senhor Bom Jesus de Matozinhos (conjunto arquitetônico, paisagístico e escultórico) -  Construção iniciada em 1757, por ordem do português Feliciano Mendes em agradecimento a uma graça alcançada. A obra foi inspirada em dois importantes santuários localizados ao norte de Portugal: o Bom Jesus de Matozinhos (nos subúrbios da cidade do Porto) e Bom Jesus de Braga (próximo à cidade de Braga). Sabe-se que, no período compreendido entre 1769 e 1773, esteve em Congonhas, Francisco de Lima Cerqueira, considerado um dos mais importantes arquitetos de Minas Gerais, na época rococó, e responsável pela edificação da capela-mor do Santuário, com Tomás de Maya Brito. 

O conjunto é formado pela capela de Bom Jesus, pórtico e seis capelas localizadas ao longo do trajeto que leva ao Santuário, no alto de uma colina, onde estão representadas, em tamanho natural, as cenas da Paixão de Cristo. A igreja, com interior em estilo rococó, possui adro murado e uma escadaria externa monumental decorada com estátuas dos 12 Profetas, em pedra sabão e seis capelas, dispostas lado a lado no aclive frontal ao templo, denominadas Passos, ilustrando a Via Crucis de Jesus Cristo.

O interior do templo possui rica decoração período rococó da arte mineira. Complementam a decoração da capela-mor, dois anjos tocheiros de autoria de Francisco Vieira Servas, em 1778, e quatro relicários, de uma série executada por Aleijadinho e seu atelier e pintada por Manuel da Costa Athaíde. Convivendo em harmonia com o trabalho de talha, está a pintura rococó, de autoria de renomados artistas do período como Bernardo Pires da Silva (pintura do forro da capela-mor), João Nepomuceno Correia e Castro (pintura do forro da nave e de uma série de painéis da igreja) e Maya Brito (adro e escadarias), que executaram essas obras entre 1773 e 1790. 

Não foi pela obra dos Profetas - mas pelas imagens dos Passos, cujas capelas ainda não haviam sido construídas -, que o Aleijadinho iniciou suas atividades em Congonhas, em 1796. Durante apenas três anos e cinco meses, o grande mestre e os oficiais de seu atelier esculpiram 66 esculturas de madeira policromada, para compor os sete grupos da Paixão de Cristo: Ceia, Horto, Prisão, Flagelação, Coroação de Espinhos, Cruz às Costas e Crucificação. Para a encarnação dessas imagens foram contratados, em 1798, os pintores Francisco Xavier Carneiro e Athaíde. Também trabalharam no Santuário outros mestres como Antônio Roiz Falcato, Francisco de Lima e Manuel Rodrigues Coelho. 

As imagens dos Passos, em tamanho natural, abrigadas nas seis capelas que reúnem os grupos de Passos da Paixão, compõem um dos mais completos grupos escultóricos de imagens sacras no mundo, sendo, sem dúvida, uma das obras-primas do gênio criativo do Aleijadinho, que deixou como legado para a humanidade uma obra de grande expressão e originalidade. Em 1800, Aleijadinho iniciou a execução do grupo escultórico composto dos 12 Profetas em pedra-sabão. Essas obras foram realizadas em duas etapas e concluídas em 1805. 

Entorno do Santuário do Senhor Bom Jesus de Matozinhos - A área do Santuário é formada por conjuntos residenciais das ruas Bom Jesus, Feliciano Mendes, Ouro Preto, Aleijadinho, Paulo Mendes, Dom Rodolfo, e Beco dos Canudos. O Beco dos Canudos, formado por casas de propriedade da Irmandade do Senhor Bom Jesus, preserva a arquitetura característica do período colonial. Na rua em declive, com calçamento, traçado e volumetria do século XVIII, as capelas dos Passos e o casario estão em harmoniosa integração com esse conjunto e o cenário das serras.  De um lado, encontram-se as capelas e do outro o casario. Na praça, estão os edifícios do Seminário e do Colégio (final do século XIX) e do Hotel Colonial (1938). Este último, segundo a tradição local, teria sido construído para abrigar romeiros de maior poder aquisitivo e parentes dos seminaristas.  

Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição - Construção do século XVIII, destaca-se pelo suporte arquitetônico e por seu interior. O frontispício, com seu belo pórtico esculpido é obra do Aleijadinho. A capela-mor, datada de 1764, foi dourada por Manuel Francisco Lisboa (pai do Aleijadinho), sendo também atribuída ao mesmo artista a autoria da tribuna. Internamente, a igreja apresenta uma das naves mais espaçosas de Minas. Possui, além de uma altar central de rara beleza, equilíbrio e sobriedade, mais quatro laterais que formam um conjunto bastante harmonioso. O retábulo do altar-mor compõe-se de colunas e apliques dourados, encimados por imagens e o Sagrado Coração de Jesus. Os altares colaterais têm colunas salomônicas, talha dourada e nicho central com imagem. Na sacristia, encontra-se quadro representativo da Aparição de Nossa Senhora. 

Coleção de ex-votos do Santuário -  Coleção de 89 ex-votos ou milagres pintados, dos séculos XVIII ao XX, depositados no Santuário. O ex-voto mineiro típico é pintado a têmpera, em cores primárias fortes, sobre madeira de cedro cortada em forma retangular e, mais raramente, sobre folhas de flandres. Tem a moldura bem saliente, pintada como imitação dos veios do mármore, pregada diretamente na tábua. Suas dimensões variam entre 10 e 50 cm, para largura e comprimento.

Estação da antiga Estrada de Ferro Central do Brasil - A Estação e sua área de entorno constituem um conjunto de edificações representativas da arquitetura eclética do início do século XX. Nessa área, merece destaque a Praça Dr. Mário Rodrigues Pereira, local onde foi erguido o primeiro prédio da Prefeitura Municipal de Congonhas. Atualmente, o local é utilizado para manifestações políticas e culturais.  

Fontes: Arquivo Noronha Santos/Iphan e IBGE

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