Monumentos e Espaços Públicos Tombados - Diamantina (MG)
Igrejas de São Francisco, Matriz de Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora D’Ajuda, Nossa Sra. das Mercês, Nossa Sra. do Amparo, e Capela de Nossa Senhora da Soledade; Mercado de Diamantina (Mercado Municipal); Casa do Forro Pintado; prédios projetados pelo arquiteto Oscar Niemeyer (Hotel Tijuco, Faculdade Federal de Odontologia de Diamantina, Escola Estadual Professora Júlia Kubistchek e Diamantina Tênis Clube); praças Juscelino Kubitschek, Barão de Guaicuí, e Monsenhor das Neves; ruas Antônio Pádua Oliveira, Campos de Carvalho, e da Quitanda; entre outros.
Casa à Praça Juscelino Kubitschek - Atual Fórum de Diamantina. É uma das mais imponentes edificações do período colonial e apresenta detalhes dourados no teto e nos salões. Residência particular de vários nomes considerados ilustres da cidade. Em meados do século XIX, abrigava a Câmara Municipal e, posteriormente, foi ocupada pelo Fórum e a Cadeia Pública local.
Igreja de Santana (Igreja Matriz de Santana) - Erguida durante a segunda década do século XVIII e situada no centro de espaçosa praça, a igreja é cercada por um muro baixo de alvenaria que delimita um pequeno cemitério ajardinado. A pintura do forro da capela-mor segue o padrão adotado habitualmente por José Soares de Araújo, composto por densas perspectivas arquitetônicas, pintadas em grisalha azulada, com realces de vermelho rosado (guirlandas) e marrom. A pintura da nave apresenta, no quadro central, pintura que representa Sant'Ana Mestra sentada em imponente cadeira de estilo D. José I e abraçando a Virgem menina. Enquadrando o tema central, observam-se rocalhas, guirlandas de flores, vasos, estruturas arquitetônicas e figuras de anjos, bem ao gosto do estilo rococó.
Igreja do Senhor do Bonfim - Edificação construída entre os séculos XVIII e XIX. Apesar de pequena, é uma das mais harmoniosas construções do conjunto de igrejas setecentistas de Diamantina. Na capela-mor concentra-se o principal interesse ornamental do templo, com elementos do estilo D. João V (nichos com dosséis e sanefas) e do rococó (rocalhas ornamentais na parte interior e coroamento). No quadro central, está representada a cena do Descendimento da Cruz pintada em tons sombrios, com as molduras e os brasões são realçados em ouro.
Igreja de São Francisco de Assis - Construção iniciada em 1762, por iniciativa da Ordem Terceira de São Francisco de Assis. Na ornamentação interna, destaca-se a pintura do forro da capela-mor, executado entre 1782 e 1783, por José Soares de Araújo, inaugurando a influência do rococó no seu trabalho. Interessantíssima é a pintura no forro da sacristia, datada de 1795 -que representa São Francisco de Assis em mística conversação com o Cristo Crucificado -, e atribuída a outro importante pintor da região na época, Silvestre de Almeida Lopes. A decoração da nave, concluída no século XIX, resume-se a um púlpito e dois retábulos de inspiração neoclássica, embora ainda ostentando elementos ornamentais do estilo anterior. O douramento dos altares foi executado por Agostinho Luiz de Miranda.
Igreja de Nossa Senhora do Rosário - Uma das mais antigas de Diamantina. Entre 1771 e 1772, os irmãos do Rosário contrataram o mestre Manuel Gonçalves para a construção da igreja. A pintura do arco-cruzeiro e do forro formam um conjunto extremamente harmônico, conseguido a partir da intervenção de José Soares de Araújo, autor da pintura e douramento dessas áreas. Alguns realces de ouro, dão luminosidade à composição.
Igreja de Nossa Senhora do Carmo - Destaca-se por suas proporções e pelo requinte da ornamentação interna. A pintura ilusionista dos forros, de autoria de José Soares de Araújo e o conjunto dos retábulos, de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, reafirmam a unidade estilística da composição arquitetônica. Uma das mais significativas da região, com uma arquitetura graciosa ao mesmo tempo imponente com a delicadeza e o vigor da decoração pictórica e de talha. A ornamentação, destaca-se o forro da capela-mor (1766) representando a Virgem entregando os escapulários a São Simão Stock. A composição desse forro (1778/1784), em perspectiva arquitetônica, apresenta quatro pilastras laterais unidas por arcos centrai que servem como uma espécie de suporte para o desenvolvimento dos temas ornamentais que, tratados com extraordinária abundância de detalhes, dão impressão de obras de ourivesaria, reforçada ainda pelo predomínio da tonalidade cinza com realces ouro. Exuberante na sua concepção, este forro é considerado a obra prima do guarda-mor José Soares de Araújo.
Igreja de Nossa Senhora do Amparo - Construída na segunda metade do século XVIII, apresenta partido arquitetônico que a difere das outras igrejas diamantinenses: torre única e em posição central, ausência de anexos laterais, tendência à verticalização, planta que se desenvolve no sentido longitudinal, distribuída em três pavimentos. Destaca-se, no altar da direita, um presépio de fins do século XVIII, trabalhado com centenas de conchinhas das minas de salitre da região, doado à Irmandade, em 1797, por frei Joaquim de Nossa Senhora de Nazaré, pintado por Caetano Luiz de Miranda.
Casa à Praça Juscelino Kubitschek - Atual Fórum de Diamantina. É uma das mais imponentes edificações do período colonial e apresenta detalhes dourados no teto e nos salões. Residência particular de vários nomes considerados ilustres da cidade. Em meados do século XIX, abrigava a Câmara Municipal e, posteriormente, foi ocupada pelo Fórum e a Cadeia Pública local.
Casa com forro pintado (Rua Tiradentes, atual Rua direita) - Conta a tradição local que esta edificação teria sido construída por iniciativa do intendente de Diamantes, Manuel Ferreira da Câmara Bittencourt, e ocupada por outros proprietários, ao longo dos anos. Mais recentemente, sediou o Instituto Eschwege, importante entidade de pesquisa científica. A harmoniosa beleza da fachada, aliada ao requinte ornamental do interior, inclui o sobrado entre as edificações mais representativas de Diamantina.
Casa da Chica da Silva - Atual sede do Escritório Técnico do IPHAN. Residência do contratador de diamantes João Fernandes de Oliveira, que nela viveu em companhia da lendária escrava liberta Chica da Silva, provavelmente entre os anos de 1763 e 1771. É um dos exemplares mais expressivos da arquitetura residencial mineira do século XVIII, construída em estrutura autônoma de madeira, com vedações em adobe e pau a pique. Implantada no alinhamento da rua, cerca-se lateralmente e nos fundos por áreas livres que compõem, no lado esquerdo, um pátio ajardinado, onde parece ter sido a antiga capela, da qual ainda resta a empena com a porta de acesso e frontão. Destaca-se particularmente no conjunto da casa, a bela varanda lateral, inteiramente composta por painéis treliçados, almofadados e com balaústres, atestando a influência mourisca na arquitetura brasileira. Internamente, conserva os elementos típicos das construções do período minerador, com as superfícies de alvenaria rebocadas e caiadas, pisos em tábuas largas e forros em esteira ou madeira em saia-e-camisa.
Casa do Muxarabi (Rua Francisco Sá) - Atual Biblioteca Antônio Torres, que é vinculada à Biblioteca Nacional e reúne um importante acervo em livros que pertenceram ao seu patrono, famoso escritor e jornalista diamantinense. Trata-se de construção remanescente do período colonial mineiro, presumivelmente da segunda metade do século XVIII, cuja singularidade é marcada pela presença de um muxarabi (tipo de balcão de origem mourisca, inteiramente vedado em treliças de madeira para garantir maior privacidade, sobretudo às mulheres). A fachada principal apresenta três sacadas em madeira torneada, sendo a da esquerda correspondente ao muxarabi, além da interessante solução adotada para o segundo pavimento que, avançando em ligeiro balanço, recebe apoio de madeira o que confere maior destaque à edificação.
Casa do Padre Rolim - Atual Museu do Diamante. Construída no século XVIII, sua importância histórica deve-se ao fato de ter sido a residência do inconfidente padre José de Oliveira e Silva Rolim, natural do Arraial do Tijuco e um dos principais personagens da Inconfidência Mineira (1789). Em princípios do século XIX, de volta ao Brasil, o inconfidente foi reembolsado com a quantia relativa à arrematação de sua casa, por decisão do Governo Imperial. A edificação apresenta cobertura em quatro águas, com beirais arrematados em cimalha e cachorros, a exemplo das edificações coloniais de Diamantina, com a área do pomar aos fundos e entrada de antigo túnel ali existente.
Fontes: Arquivo Noronha Santos/Iphan e IBGE