História - Nova Friburgo (RJ)

A colonização do território dos municípios de Nova Friburgo e Cantagalo data do reinado de D. João VI, que autorizou, em 1818, a vinda de 100 famílias do Cantão de Friburgo (Suíça) para a região. Os colonos se instalaram na área da Fazenda do Morro Queimado, no Distrito de Cantagalo, localidade de clima e características naturais idênticas às de seu país de origem. Nomeado inspetor da povoação recém-formada, o monsenhor Pedro Machado de Miranda Malheiros criou a sede da colônia, denominada Nova Friburgo. 

O povoado foi elevado à categoria de vila, em 1820, desmembrado da antiga Vila de Cantagalo, com sede na povoação de Morro Queimado. Após a Independência do Brasil (1822), o Governo Imperial enviou o major George Antônio Scheffer à Alemanha para contratar a vinda de imigrantes para as colônias de Leopoldina e Frankenthal, estabelecidas na Bahia, desde 1816, às margens dos rios Caravelas e Viçosa. Por motivos ignorados, as 80 famílias de colonos foram enviadas a Nova Friburgo, onde chegaram, em 1824, encabeçados pelo pastor Frederico 

Em 1831, chegou ao final o sistema de administração especial da colônia e a responsabilidade pela sua gestão transferiu-se à competência da Câmara da Vila. Em 1836, a região prosperava com a criação de pequenos animais e a agricultura de subsistência (hortaliças, milho, batata e toucinho, entre outros produtos), comercializados regularmente nas feiras de domingo, em Porto das Caixas e Santa Anna. Ao longo dos anos, os antigos alojamentos dos colonos foram sendo reformados e transformados em hospedarias para os viajantes que afluíam à região. 

Estava se iniciando uma tradição de hospitalidade e turismo. Mais tarde, com a chegada de imigrantes italianos, portugueses e sírios, acentuou-se o progresso da localidade que, em 1890, foi elevada à categoria de cidade. A partir de então, a cidade progrediu com a implantação de indústrias e afluência de turistas atraídos pelas belezas naturais da zona montanhosa e do clima privilegiado (seco e propício para a boa saúde). Os colégios Freese e Anchieta atraíram um grande número de jovens de diversos estados que, com os turistas movimentavam a vida social da cidade, no final do século XIX. E também impulsionada pelo desenvolvimento das fazendas de café, em Cantagalo, Nova Friburgo prosperou como importante núcleo urbano.  

A partir de 1910, a cidade - que até então devia seu progresso ao desenvolvimento da lavoura e ao seu clima seco ideal para uma cidade de veraneio - viu chegar Julius Arp, Maximilian Falck e William Peacock Denis que se tornaram pioneiros da era industrial friburguense. As primeiras indústrias de imigrantes alemães instalaram-se no município, em 1912, originando um novo processo de desenvolvimento, paralelo à produção cafeeira na região serrana.

A grande tradição no turismo de Nova Friburgo foi citada em 1860, pelo Barão J. J. Von Tschudi. Em viagem de inspeção às condições da colônia suíça, Tschudi considerou a hospedaria de Gustav Lauenroth um sinônimo de boa hospedagem e amável acolhida que, aliadas às boas características climáticas, atraíam grande número de veranistas desejosos de fugir ao calor da metrópole (Rio de Janeiro). Pouco a pouco, surgiram novos alojamentos, hotéis de trânsito ou mais luxuosos, e pousadas (a cidade chegou a possuir mais de 4.000 leitos), além de cinemas, restaurantes e um variado comércio.

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