​Monumentos e Espaços Públicos Tombados - Rio de Janeiro (RJ)

Solar Visconde do Rio Seco,  Casa de Bidú Sayão, Anexo Centro de Arte Hélio Oiticica, Conjunto Escultório de Dom Pedro I e as quatro alegorias, Teatro Carlos Gomes, Casa da Moeda do Rio de Janeiro (atual Arquivo Nacional), Praça Tiradentes e seu entorno, Rua do Lavradio, Outeiro da Glória, Igreja e Mosteiro de São Bento, Igreja de São Francisco de Paula, Igreja da Candelária, Igreja Santíssimo Sacramento, Chácara do Céu, Biblioteca Nacional do Brasil, Jardim Botânico, conjuntos arquitetônicos (Arco do Teles, Morro da Conceição, Quinta da Boa Vista, Praça XV e Parque Guinle), e conjunto arquitetônico formado por 34 casas no Catete, entre outros.

Mosteiro de São Bento - Fundado no século XVI, por monges beneditinos, agrega mosteiro e igreja. Apesar das consideráveis modificações e ampliações empreendidas no final do mesmo século, o conjunto ainda conserva em sua frontaria o caráter da edificação, iniciada em 1617. O interior da igreja é riquíssimo e totalmente forrado com talha dourada. É considerado um dos principais monumentos da arte colonial do país. Ainda se mantém como um lugar de silêncio, oração e trabalho, e é referência em canto gregoriano com o Coro dos Monges do Mosteiro de São Bento.

Igreja Nossa Senhora da Glória - No século XVII, havia uma capela no morro conhecido, atualmente, como Outeiro da Glória. A atual igreja foi edificada em princípios do século XVIII e concluída em 1739, segundo projeto atribuído ao tenente-coronel José Cardoso Ramalho. Ela representa, no Brasil, a introdução das plantas poligonais alongadas, de origem barroca. Insere-se essa igreja ao centro de amplo adro, dominando a paisagem, e tem sua silhueta barroca definida pelas sucessivas pilastras de ordem monumental, dispostas ao longo das laterais da nave, que se estendem até a cimalha superior. 

Igreja da Candelária - Construída entre 1755 e 1811, apresenta planta em cruz latina, com duas sacristias, uma de cada lado. A influência italiana é evidente no revestimento interior, de mármore e não talha de madeira, à maneira portuguesa. A fachada principal é de pedra aparelhada e as portas, em bronze, de autoria do escultor Teixeira Lopes. A escultura em gesso é trabalho de Bartolomeu Meira. A pintura mural é de autoria de Zeferino da Costa, coadjuvado por Bernadelli, Oscar da Silva, Castagneto, Pinto Bandeira e outros, e o autor do projeto é o engenheiro-mor Francisco João Roscio. 

Passeio Público - Na década de 1760, o Mestre Valentim recebeu a tarefa de construir um parque para a cidade do Rio de Janeiro, considerado o primeiro parque ajardinado do Brasil. Ainda hoje, o Passeio Público mantém o grande portão em ferro forjado em estilo rococó, onde se destaca o brasão com as armas reais. Foi criado com percursos: o primeiro entre duas pirâmides indo até a Fonte dos Amores, com um terraço sobre as águas da Baía da Guanabara; outro pela Rua das Belas Noites chegava-se ao chafariz das Marrecas onde havia estátuas de bronze do Caçador Narciso e da Ninfa Eco (atualmente, no Jardim Botânico). Ao final do século XIX, foi reorganizado pelo botânico e paisagista Auguste François Marie Glaziou, que abriu caminhos em curvas caprichosas.  

Arcos da Lapa (Aqueduto da Carioca) - Construído durante o governo de Aires de Saldanha (1719 - 1725), o aqueduto (mais tarde conhecido como Arcos da Lapa) trazia a água das nascentes do rio da Carioca, ao longo das encostas da serra de Santa Teresa, até o Largo da Carioca. Para atravessar o vale existente entre os morros de Santa Teresa e de Santo Antônio, foi executada a obra arquitetônica mais notável do Brasil, no período colonial: uma construção ciclópica de alvenaria, com dupla arcada e considerável extensão. O aqueduto passou a ser usado como viaduto para os bondes do Birro de Santa Teresa. 

Fortaleza de São João - Erguida na ponta do Morro Cara de Cão - na entrada da barra da Baía de Guanabara, ao lado do Morro do Pão de Açúcar - em uma área que, atualmente, pertence ao Exército Brasileiro. É um verdadeiro mirante secular aberto para a baía (onde de suas casamatas esculpidas na pedra, há muito aposentadas, se descortina um panorama dos fortes de Niterói e da entrada da baía), constituída por três redutos (pequenos fortins também chamados baterias) e o grande Forte São José, de 1578 - o terceiro forte mais antigo do Brasil. 

Forte de Copacabana - Localizado no promontório da antiga Igrejinha de Nossa Senhora de Copacabana, foi inaugurado em 1914 para reforçar a defesa da Baía de Guanabara. A casamata conserva as características originais, com suas muralhas de 12 metros de espessura voltadas para o mar e armamento da fábrica Krupp. Atualmente, transformado em Centro Cultural, oferece aos visitantes muitas curiosidades e atrações. No local foi criado o Museu Histórico do Exército, onde acontecem exposições, exibição de vídeos e maquetes, entre outras atividades. 

Palácio Gustavo Capanema (Antigo Ministério da Educação e Saúde) - Atualmente, funcionam no Palácio várias instituições vinculadas ao Ministério da Cultura (MinC), além da representação do Ministério da Educação (Mec). Situado na Rua da Imprensa, no centro da cidade, é uma das edificações mais representativas da arquitetura moderna brasileira, e a primeira aplicação, em escala monumental, das ideias do arquiteto europeu Le Corbusier. Construído entre 1936 e 1947, projetado pelo arquiteto e urbanista Affonso Eduardo Reidy e outros arquitetos, a partir das concepções de Le Corbusier. A rigorosa disciplina plástica aplicada a cada componente e a concisão dos meios formais utilizados, em uma subordinação total de cada detalhe à composição, justificam a importância fundamental desta obra no panorama da arquitetura moderna no Brasil e as discussões que ela suscita no exterior. O bloco de 14 andares ergue-se no centro do terreno, sobre pilotis de dez metros de altura. O edifício possui painéis de azulejos de Cândido Portinari, jardins de Burle Marx, escultura de Celso Antônio Dias, e obras de outros artistas como Bruno Giorgi, Guignard e Pancetti. 

Associação Brasileira de Imprensa (ABI) - Edifício projetado pelos arquitetos irmãos Roberto (Marcelo, Milton e Maurício) e inaugurado em 1938, é um dos primeiros edifícios modernos do Rio de Janeiro. O tombamento ocorreu não só pelo pioneirismo de suas formas, mas, também, pelo significado histórico da entidade, sempre ligada às lutas pela liberdade expressão no Brasil. Construída de acordo com a linguagem preconizada por Le Corbusier, a edificação apresenta notável mérito arquitetônico. Todo o mobiliário e demais equipamentos que servem ao prédio foram projetados pelos irmãos Roberto.

Real Biblioteca no Brasil - Atual Biblioteca Nacional. Sua criação está ligada à transferência da rainha Dona Maria I, do príncipe regente Dom João, de toda a família real e da Corte Portuguesa para o Rio de Janeiro, em 1808. O acervo trazido para o Brasil - 70 mil peças entre livros, manuscritos, mapas, estampas, moedas e medalhas - foi acomodado, inicialmente, em uma das salas do Hospital do Convento da Ordem Terceira do Carmo. Fundada como Real Biblioteca, oficialmente, em 1810, e aberta ao público em 1814. Considerada, pela Unesco, uma das dez maiores bibliotecas nacionais do mundo, e também é a maior biblioteca da América Latina. 

Theatro Municipal (Teatro Municipal) - Em outubro de 1903, o prefeito Pereira Passos, lançou edital com um concurso para a apresentação de projetos para a construção do teatro. Os dois primeiros colocados ficaram empatados: o "Áquila", pseudônimo do engenheiro Francisco de Oliveira Passos, e o "Isadora", pseudônimo do arquiteto francês Albert Guilbert. Como decisão final, resolveu-se pela fusão dos dois projetos, pois, na verdade, correspondiam a uma mesma tipologia. Para decorar o edifício foram chamados os mais importantes pintores e escultores da época, como Eliseu Visconti, Rodolfo Amoedo e os irmãos Bernardelli, e recrutados artesãos europeus que criaram vitrais e mosaicos.

Casa de Rui Barbosa - Construída em meados do século XIX e adquirida por Rui Barbosa, em 1893. O prédio, em estilo neoclássico, é cercado por belo jardim, com sobrado parcial centrado pela fachada principal. Além de objetos pessoais, destaca-se a biblioteca, uma das mais valiosas do Brasil. 

Museu Nacional de Belas-Artes - O prédio de proporções monumentais foi edificado na então recém-inaugurada Avenida Central (atual Av. Rio Branco). Idealizado por Adolfo Morales de Los Rios, possui quatro alas em torno de um pátio central e ocupa toda uma quadra. Criado oficialmente, em 1937, pelo ministro Gustavo Capanema e aberto ao público, em 1938, após algumas mudanças. O prédio permaneceu com as coleções da Escola Nacional de Belas Artes e o setor administrativo, mas os cursos foram transferidos para outros locais. 

Fundação Castro Maia - Localiza-se em uma propriedade com cerca de 25.000 m², adquirida por Raimundo Castro Maia para residência de sua família, em 1913. Prédio simples, de dois pavimentos, grande varanda na frente, modificado para aparência de colonial brasileiro. No acesso ao prédio há várias estátuas de cerâmica portuguesa da famosa fábrica de Santo Antônio do Porto (Portugal). Nas paredes da varanda, estão painéis de azulejos da época de Dona Maria I. A antiga cocheira, transformada na Galeria Debret, abrigava a coleção de aquarelas do artista e gravuras de Rugendas, Planitz, Hastrel, Arago, Monvoisin, Pallière, entre outros artistas que estiveram no Brasil. 

Paço da Cidade (Paço Imperial) - Atual Centro Cultural do Iphan. A Coroa Portuguesa autorizou, em 1730, a construção de uma casa destinada à moradia dos vice-reis, no Rio de Janeiro. Projetado pelo engenheiro José Fernandes Pinto Alpoim e inaugurado em 1743, ocupa uma área de 2.940 m², no centro histórico do Rio de Janeiro. Passou a ser a casa de despachos do Vice-Rei do Brasil, do Rei de Portugal Dom João VI e dos imperadores Pedro I e II. Pela sua importância histórica e estética, o Paço Imperial é considerado o mais importante dos edifícios civis coloniais do Brasil e é o que melhor documenta aspectos da arquitetura portuguesa e brasileira anteriores à Missão Artística Francesa, de 1816.

Hotel Copacabana Palace - Inaugurado em 1923, o prédio foi construído - na Avenida Atlântica - pelo arquiteto J. Gire a pedido do Governo Federal para incentivar o desenvolvimento da Zona Sul do Rio de Janeiro, principalmente Copacabana, que, na época, não passava de um imenso areal. Figura entre os mais importantes exemplares do ecletismo, no Brasil. Sua planta, de funcionalidade admirável, apresenta impecável ajuste na distribuição dos serviços de abastecimento e manutenção. Dispõe de 145 quartos, além de lojas, restaurante, bar e serviços gerais no andar térreo, e grandes salões no primeiro pavimento. 

Parque do Flamengo - Envolve uma área que se estende do Aeroporto Santos Dumont ao Morro da Viúva, abrangendo o início da Praia de Botafogo. O Parque é o resultado do aterro de uma larga faixa na fronteira com a Esplanada do Castelo, a Lapa, a Glória, o Russel e o Flamengo, realizado com material proveniente do desmonte do Morro de Santo Antônio. Os projetos de urbanização, edificações e equipamentos são de autoria de Afonso Eduardo Reidy, com projeto paisagístico de Burle Marx. Além da praia, reconstituída na faixa litorânea, foram criados diversos equipamentos recreativos. Estão inseridos no Parque o Museu de Arte Moderna (MAM), projeto de Reidy, e o Monumento aos Mortos da Segunda Guerra Mundial.

Corcovado - Um dos principais pontos turísticos do Rio de Janeiro, é uma montanha de 704 metros de altitude, localizada no extremo frontal da Serra da Carioca, visitado pela primeira vez no início do século XIX. D. Pedro I mandou abrir um caminho para o Corcovado e, a partir de então, as caminhadas e passeios à região tornaram-se um hábito. A ideia de erguer uma imagem do Cristo, coroando o Morro do Corcovado, segundo a tradição, deve-se ao padre Pedro Maria Boss, Capelão do Colégio Imaculada Conceição de Botafogo. 

Complexo do Pão de Açúcar - Composto pelos morros do Pão de Açúcar, da Urca e da Babilônia, e margeado pelas águas da Baía de Guanabara. Possui como atração complementar o passeio de teleférico que interliga a Praia Vermelha aos morros da Urca e do Pão de Açúcar. O bondinho foi instalado entre 1908 e 1912, tornando-se o primeiro teleférico do país. O Pão de Açúcar é constituído por um bloco único de gnaisse-granito com mais de 600 milhões de anos, que surgiu da separação entre os continentes sul-americano e o africano. Eleva-se a 395 metros acima do nível do mar, é rico em vegetação, com diversas espécies de bromélias e orquídeas. 

Maracanã (Estádio Jornalista Mário Filho) - Considerado o templo do futebol, foi inaugurado em 1950, especialmente para sediar a Copa do Mundo de Futebol.  Miguel Feldman, Waldir Ramos, Raphael Galvão, Oscar Valdetaro, Orlando Azevedo, Pedro Paulo Bernardes Bastos e Antônio Dias Carneiro foram os autores do projeto arquitetônico vencedor de concorrência aberta pela Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro, em 1947. Trabalharam na construção mais de dois mil operários. O Maracanã foi palco de grandes momentos do futebol brasileiro e mundial, como o milésimo gol de Pelé, finais do Campeonato Brasileiro, jogos memoráveis do Campeonato Carioca de Futebol, da Taça Libertadores da América e do primeiro Campeonato Mundial de Clubes da FIFA. Após obras de modernização, o maior estádio do Brasil tem capacidade para 78 mil espectadores. 

Jardim Botânico - No sopé do Maciço da Tijuca, entre a Lagoa Rodrigo de Freitas e a montanha, foi criado, em 1808, após chegada da Família Real Portuguesa, como um jardim de plantas exóticas e de especiarias do Oriente. De sua área atual de 137 hectares, 53 hectares estão abertos ao público, com uma grande coleção de plantas in situ organizadas em aleias geométricas. Os destaques são as grandes palmeiras que conferem amplitude ao local. O espaço restante integra-se ao Parque Nacional da Tijuca, dedicado à preservação e à pesquisa científica desenvolvida pelo Instituto de Pesquisas do Jardim Botânico, centro de referência mundial por seus estudos sobre a Mata Atlântica. Em suas dependências encontra-se o Museu Casa dos Pilões, no prédio onde funcionou a Real Fábrica de Pólvora. 

Chácara do Céu - É uma antiga propriedade da família de Raimundo de Castro Maia, onde seu filho, Raimundo Otoni de Castro Maia, reuniu valiosa coleção de arte. O imóvel faz parte da Fundação Raimundo Otoni de Castro Maia e foi transformado em museu, em 1972. O prédio ocupa cerca de 460 m² e o autor do projeto é Wladimir Alves de Souza.  

*A belle époque é conhecida como uma época de mudanças culturais e artísticas registrada na história da França, do final do século XIX ao início da 1ª Guerra Mundial, em 1914.

Fontes: Arquivo Noronha Santos/Iphan e IBGE

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