História - São Luís do Paraitinga (SP)

Os tropeiros que partiam de Taubaté e desciam a encostas da Serra do Mar em direção ao Porto de Paraty, costumavam parar às margens do rio Paraitinga, onde - desde os tempos dos bandeirantes - havia um porto avançado. Localizada no topo da Serra do Mar, a freguesia de São Luís do Paraitinga foi criada em 1769, pelo governador da Capitania de São Paulo, Luís Antônio Botelho de Souza Mourão. O objetivo era controlar uma região por onde se transitava para burlar a proibição de acesso ao planalto e ao litoral pela estrada Cunha‐Paraty. 

Condicionada pela paisagem natural, a povoação foi implantada junto ao rio Paraitinga, em uma bacia, circundada pelo mar de morros. Desenvolveu-se com os sítios rurais voltados para as estradas e seus viajantes, indicando a cidade como um lugar de passagem. Pelo rio Paraitinga (parahy-tinga, "águas claras" em tupi-guarani) passavam o café e o ouro mineiro. O povoado foi elevado à condição de vila, em 1773, e à cidade, em 1857. 

No século XIX, a comunidade promoveu o desenvolvimento regional e a cidade participou de um período de abastança, quando os proprietários rurais expandiram suas riquezas e residências. A região também produzia feijão, cana, milho e mandioca, além do gado leiteiro - o que valeu à cidade o título de “Celeiro do Vale” -, enquanto o restante do Estado priorizava a cultura do café. Como resultado dessa época, iniciaram-se as obras públicas, o calçamento das ruas com pedras, o loteamento urbano, e a ornamentação dos casarões dos senhores rurais.

A marca da cidade é formada pelo conjunto religioso e as residências urbanas. Os sobrados e casas grandes presentes no núcleo histórico são o resultado da riqueza do café, que promoveu um período de grande produção arquitetônica na cidade, resultando em uma expressiva arquitetura urbana. Há, ainda, um terceiro tipo de edificação - as casas térreas - caracterizado por ser um modelo mais simples, popular, posterior à riqueza do café. 

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