​Monumentos e Espaços Públicos Tombados - Porto Alegre (RS)

Igreja Nossa Senhora das Dores, Solar dos Câmara, Antiga Sede dos Correios e Telégrafos, Portão Central e armazéns laterais do Cais do Porto, Palacete Argentina, Observatório Astronômico e Faculdade de Direito, Palácio Piratini, Pinacoteca de Porto Alegre, Biblioteca Pública do Estado, Museu de Comunicação Social Hipólito José da Costa, Museu de Arte do Rio Grande do Sul, Memorial do Rio Grande do Sul, e praças da Alfândega e da Matriz e da Alfândega.

Igreja de Nossa Senhora das Dores - Construção em estilo eclético, iniciada em 1833, sobre edificação anterior, utilizada como capela mor, conservando-se a imagem de sua padroeira. Concluída em 1901 pelo arquiteto de origem alemã, Júlio Weise, sua decoração interna e as talhas dos altares são obra do mestre português João do Couto e Silva. As pinturas dos forros foram feitas por Germano Traub. Possui escadaria para a antiga Rua da Praia, atual dos Andradas. A antiga edificação, cuja construção iniciara-se em 1807 tinha, em seu projeto original, torres barrocas com cúpulas arredondadas, ao gosto português. O acesso era feito pela Rua da Ponte, atual Riachuelo.

Solar dos Câmara - Construído entre 1818 e 1824. A casa, além de se tornar um marco da paisagem porto-alegrense, foi, também, cenário para reuniões e encontros políticos, como testemunho de importantes decisões. Foi construído por José Feliciano Fernandes Pinheiro, primeiro Presidente da Província de São Pedro do Rio Grande do Sul, como sua residência. Concebida inicialmente em estilo colonial português, a casa passou por uma grande reforma em 1874, atendendo ao estilo neoclássico. Durante a ampliação do prédio, os ambientes internos receberam requintes como veludos, lustres, tapetes e cristais. É o remanescente mais antigo de arquitetura residencial do século XVIII, em Porto Alegre.

Antigo prédio dos Correios e Telégrafos (Memorial do Rio Grande do Sul) - Sua construção foi iniciada em 1910 e concluída em 1913, tendo como executores do projeto o engenheiro Rodolfo Ahrons e o arquiteto Teodor Wiederspahn. O estilo arquitetônico é marcado pela tendência às formas abarrocadas e as principais esculturas retratam temas relacionados as famílias de imigrantes. A ideia de mostrar nas esculturas as expectativas dos imigrantes agradava ao governo positivista. Havia, nesse período, uma política de incentivo à imigração e sua integração à economia colonial.

Pórtico Central e Armazéns do Cais do Porto - A levíssima estrutura de ferro do Pórtico Central do Cais do Porto era a porta de entrada da capital para os viajantes que, nos anos 20, chegavam a bordo dos paquetes. O pórtico, de origem francesa, construído entre 1911 e 1922, descortina 3,2 mil metros de calçadas de pedra, onde se alinham 17 armazéns.

Palacete Argentina - A edificação foi construída em 1901, pelos irmãos Tomatis, para Sebastião de Barros. A partir de 1940, abrigou o Grupo Escolar Argentina, sendo desapropriada pelo Governo do Estado em 1971. O requintado sobrado urbano, com características ecléticas, integrava o conjunto de edificações da Avenida Independência do qual restam poucos exemplares. Possuía paredes pintadas com padronagens geométricas ou com motivos florais, executadas com cores fortes e barras decorativas junto aos forros. Destaque para os vitrais art nouveau, art déco e elementos trabalhados em madeira jacarandá.

Observatório Astronômico da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - Projeto do engenheiro Manoel Barbosa Assumpção Itaqui, foi construído entre 1906 e 1908. Segundo especialistas, é o mais completo exemplar da arquitetura art nouveau existente em Porto Alegre. Suas fachadas são ricas em elementos decorativos de inspiração animal e vegetal. No ponto mais elevado da edificação se encontra a cúpula giratória, construída em ferro e revestida de madeira. Merecem destaque ainda a pintura mural existente no terceiro pavimento, representando Saturno, o Deus do Tempo e a requintada caixilharia em madeira com acabamentos rendilhados.

Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - Criada em 1900, foi a primeira do gênero no sul do Brasil e um dos marcos do ensino humanístico na universidade. Sua arquitetura monumental e simétrica é definida pela regularidade do seu volume em forma de prisma retangular, dotado de um frontão clássico, exuberante mas bem proporcionada ornamentação nas fachadas, coberturas e platibandas e sua cúpula central adornada com rica estatuária figurativa. Interior, observa-se a monumentalidade do conjunto, com sua escadarias de mármore e corrimão em estuque veneziano, pinturas decorativa dos tetos e paredes e os vitrais representando a Justiça, a Doutrina e a Ciência. Convém destacar, ainda, o magnífico mural de Ado Malagoli presente no auditório.

Sítio Histórico da Praça da Matriz - Localizada no coração da cidade de Porto Alegre, em 1770, a praça era conhecida como Alto da Praia e, com poucas edificações era apenas um terreno com declive acentuado, marcado pela erosão. Entre 1772 e 1773, foi construída, na área da atual Catedral Metropolitana, uma Igreja Matriz, em homenagem a Nossa Senhora de Madre de Deus. Por isso, a área passou a ser chamada de Largo ou Praça da Matriz. A região só ganhou destaque em 1858 com a inauguração do Theatro São Pedro. As obras de ajardinamento, arborização e calçamento começaram a partir de 1881. 

Sítio Histórico da Praça da Alfândega - A história da Praça da Alfândega está ligada às suas atividades no século XVIII, no antigo porto fluvial da cidade, no rio Guaíba. Em julho de 1782, um cais de pedra foi construído para facilitar o embarque e desembarque de passageiros e mercadorias. Em 1804, o local ganhou um trapiche de grandes dimensões, com 24 pilares de cantaria adentrando o leito do rio. Em 1866, a Companhia Hidráulica Porto-Alegrense instalou um chafariz de ferro bronzeado na praça e deu início à arborização. A praça é cercada por importantes construções, como o Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli e o Memorial do Rio Grande do Sul. 

Ponte do Imperador - Localizada sobre o rio Feitoria, no município de Ivoti, teve sua construção iniciada em 1855. Recebeu este nome em homenagem ao imperador Dom Pedro II, que governava o Brasil nessa época. Construída em cantaria de pedra grês, possui 88 metros de comprimento, 14 metros de altura e 14,2 metros de largura, com três arcos plenos para a passagem de água e de saídas laterais com rampas de acesso às residências. Uma obra notável para a época, em função de suas grandes dimensões, substituiu uma ponte de madeira. Ligava a região colonial e a capital da província, por onde passava toda produção dos imigrantes a caminho do mercado consumidor, em Porto Alegre. 

Coleção arqueológica, etnográfica, histórica e artística do Museu Júlio de Castilhos - O museu -  criado em 1903, por decreto do Presidente da Província Dr. Borges de Medeiros - foi instalado na casa construída em 1887, pelo comandante da Escola Militar do Estado, Catão Augusto dos Santos Roxo. A partir de 1897, funcionou como residência do Presidente do Estado, Júlio Prates de Castilhos. O acervo do museu reúne a principal coleção referente à história do Rio Grande do Sul. Contém peças arqueológicas das primeiras ocupações humanas no Estado e da ocupação espanhola, na região das missões jesuítico-guarani, além de objetos de diversos períodos da história gaúcha e de sua capital, principalmente de fatos políticos. 

Fontes: Arquivo Noronha Santos/Iphan e IBGE

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