Goiana (PE)

O conjunto urbanístico e paisagístico de Goiana (PE) foi tombado pelo Iphan, em 2010, e inscrito no Livro do Tombo Histórico e Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico. A cidade é um dos mais antigos centros colonizadores do território brasileiro, fundada na então Capitania de Pernambuco, e desempenhou importante função como centro econômico e político da região, tendo sido considerada o principal entreposto comercial de convergência da área norte pernambucana e dos estados vizinhos.

Nesse conjunto predominam as edificações de uso residencial e, em menor número, de uso comercial, concentradas nas proximidades da Igreja da Misericórdia, apresentando diversidade tipológica, com edificações predominantemente de um e dois pavimentos. Nas fachadas, destacam-se as platibandas, muitas vezes ornamentadas, além das bandeiras das esquadrias com desenhos que variam dos motivos florais aos geométricos.

A área tombada preserva valores históricos, urbanísticos e paisagísticos identificados na cidade: o porto, principal elemento estruturador da ocupação urbana; o traçado urbano inicial; os conjuntos arquitetônicos representativas da diversidade tipológica caraterística dos séculos XVII ao XX, guardando a morfologia antiga e a escala compatível com esse traçado; as construções religiosas tombadas que expressam o apogeu da economia da cidade e ainda são elementos simbólicos para a população e signos marcantes na paisagem urbana.

Os estudos realizados pelo Iphan identificaram elementos fundamentais para a compreensão da sua evolução urbana e a caracterização da paisagem local: os elementos naturais que possibilitaram a implantação dos engenhos de açúcar e as fazendas de algodão (a rede hidrográfica e o relevo); os caminhos primitivos terrestres que convergiam para Goiana, ligando-a a Olinda e Recife; os caminhos fluviais que permitiam a navegação pelo rio Goiana alcançando o mar e os portos de Recife, Fortaleza (CE) e Salvador (BA); as edificações religiosas, que são os marcos urbanos e a maior referência do passado;  a feira e a fábrica de tecidos Companhia Industrial Fiação e Tecidos de Goyanna  (Fiteg), fundada em 1894, entre outros.

Seu patrimônio arquitetônico religioso inclui igrejas que datam do século XVII, tombadas em 1938. Vários monumentos religiosos de Goiana foram restaurados pelo Iphan, entre eles a Igreja Matriz do Rosário dos Homens Brancos, Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, além do Convento e Igreja da Soledade (no convento o trabalho realizado pelos próprios frades). Destaca-se o Museu de Arte Sacra, fundado em 1950, nas instalações da Igreja de Nossa Senhora do Amparo dos Homens Pardos, com seu acervo de esculturas de santos confeccionadas por artistas pernambucanos, dos séculos XVII e XIX. 

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História
Monumentos e Espaços Públicos Tombados

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