A Cidade Portuária e a Corte Portuguesa
A reação portuguesa a ataques de outros países e da pirataria europeia à Baía de Guanabara durou de 1560 a 1567 (século XVI). Em 1565, Estácio de Sá fundou, entre os morros Cara de Cão e Pão de Açúcar, a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. No primeiro núcleo urbano, transferido da Vila Velha para o Morro do Castelo, foram erguidos o Colégio dos Jesuítas, a Igreja Matriz e a Casa da Câmara. A cidade, inicialmente, era um porto açucareiro. Ainda no século XVII, a pecuária e a lavoura de cana-de-açúcar impulsionaram o seu progresso.
Com o porto escoava a produção do ouro das Minas Gerais, no século XVII, sua importância político-econômica cresceu. Surgiram, então, a Praça Colonial, a Casa dos Contos e a da Moeda, o paço, e os armazéns reais. Na segunda metade do século XVIII, em 1763, o Rio de Janeiro tornou-se sede do governo-geral do Brasil-Colônia e capital do Vice‐Reino do Brasil - que até então era Salvador (BA) - e começou a ser remodelado pelo engenheiro sueco Jacques Funk.
Determinante para a transformação da cidade, e para a formação do Brasil, foi a mudança da Corte Portuguesa, em 1808, fato que não encontra similar em todo o mundo. Além de representar novos horizontes políticos e econômicos, especialmente a partir da abertura dos portos brasileiros, a presença da Corte colocou fim ao isolamento intelectual e cultural da cidade. Após a Proclamação da República, em 1889, o Rio de Janeiro manteve seu posto de sede política e administrativa e era, à época, a maior cidade do país, com mais de 500 mil habitantes.
No alvorecer do século XX, a capital brasileira inaugurou uma fase de remodelação urbana, com a abertura das grandes avenidas, entre outras mudanças urbanas. A partir de 1912, o velho centro foi rasgado por uma nova avenida ladeada por edifícios em estilo belle époque parisiense, a avenida Central, que logo foi oficializada como Avenida Rio Branco. Novos bairros e edificações surgiram - o Teatro Municipal, a Cinelândia, o caminho aéreo do Pão de Açúcar -, e muitas demolições aconteceram, como a da Igreja de Nossa Senhora de Copacabana para abrigar o Forte de Copacabana.
O século XX foi marcado pelo movimento modernista, os governos de Getúlio Vargas e de Juscelino Kubitschek, além da ditadura militar (a partir de 1964). Com a transferência da capital para Brasília, no Planalto Central, em 1960, o Rio de Janeiro perdeu a condição de centro político, mas manteve-se como metrópole mundialmente conhecida por sua excepcional interação entre cultura e natureza.