Edição 2013

Oito iniciativas de seis estados brasileiros (Pará, Bahia, Paraíba, Pernambuco, Sergipe e São Paulo) foram premiadas na edição 2013, que celebrou os 120 anos de nascimento do modernista Mário de Andrade que, em 1936, a pedido do então ministro da Educação, Gustavo Capanema, elaborou o anteprojeto de lei que resultou na organização jurídica da proteção do patrimônio cultural brasileiro e na criação do atual Iphan. Ao todo, foram recebidas 233 inscrições em todo o país, sendo que 76 foram as finalistas da etapa nacional.

Os vencedores em cada categoria foram os seguintes:

Patrimônio Material: Bens Imóveis e Paisagens Naturais e Culturais
Laboratório de Conservação, Restauração e Reabilitação (Lacore) da Universidade Federal do Pará (UFPA) pela coleta, catalogação, higienização e montagem de fragmentos de azulejos da residência Victor Maria da Silva. O casarão, considerado um dos mais representativos edifícios ecléticos e com bens integrados da cidade, foi alvo, em fevereiro de 2012, da ação de assaltantes e de vândalos que saquearam e destruíram os painéis de azulejos do interior do imóvel. O projeto desenvolveu um trabalho de coleta, catalogação, higienização e montagem de fragmentos de peças inteiras de azulejos do Casarão, envolvendo comunidade, instituições patrimoniais, pesquisadores e estudantes.

Patrimônio Material: Bens Móveis e Acervos Documentais
Fundação Dorina Nowill para cegos, de São Paulo, pelo Centro de Memória Dorina Nowill, criado em 2002 com o objetivo de apresentar a história da luta das pessoas com deficiência visual no Brasil e no mundo. Com esse intuito, o Centro desenvolve várias atividades e projetos como inventários, catalogação, pesquisa, curadoria, criação do eixo da memória oral para preservação do patrimônio imaterial, exposição itinerante e ações educativas e culturais. O resultado do trabalho são cerca de 10 mil pessoas beneficiadas que participam das exposições, ações culturais, programas de extensão e serviços educativos.

Patrimônio Imaterial
Coletivo Jaraguá, da Paraíba, pelo Museu do Patrimônio Vivo de João Pessoa, cujo objetivo é inventariar os bens do patrimônio imaterial de seis bairros da cidade com baixos índices de qualidade de vida e um número muito alto de analfabetismo. As atividades começaram em 2012. Jovens recebem uma bolsa de estudos, participam de curso de capacitação de agentes culturais comunitários e mapeiam os bens imateriais presentes nas comunidades. A partir daí, eles podem desenvolver ações e projetos de fomento de salvaguarda desses elementos. O Museu, na verdade, não tem espaço físico. É composto de pessoas, lugares, narrativas, calendários festivos, expressões e manifestações culturais presente nos bairros.

Patrimônio Arqueológico
Carlos Etchervarne, professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA), pelo projeto Circuitos Arqueológicos: Práticas Sociais da Arqueologia na Chapada Diamantina, desenvolvido em seis municípios: Iraquara, Lençóis, Morro do Chapéu, Palmeiras, Seabra e Wagner. A ação visa preservar os sítios arqueológicos nessas regiões de forma integrada com as comunidades que vivem em seu entorno. O ponto de partida é um curso para a formação dos agentes patrimoniais, que hoje atuam como lideranças locais e como interlocutores com as agências de preservação patrimonial (ambientais e culturais). Com a participação deles foi possível, por exemplo, elaborar roteiros de viagem passando por locais com pinturas rupestres.

Políticas Públicas, Programas e Projetos Governamentais
Museu Histórico do Sergipe, pelo programa educativo desenvolvido por meio de ações de mobilização e sensibilização da comunidade para a valorização do patrimônio cultural do estado. A instituição abriu as portas ao público em 2009, depois da restauração, e recebeu a missão de coordenar a comissão da pré-candidatura da Praça São Francisco a Patrimônio Mundial na cidade. O desafio era promover um programa, no período de 2010 e 2012, inspirado na museologia social, que percebe o museu como casa de visita, de pesquisa e aberto para a comunidade.

Responsabilidade Social
Instituto Banese, de Sergipe, pelo Museu da Gente Sergipana - projetos e exposições, instalado no antigo Colégio Atheneu Dom Pedro II, construído em 1926. Com o investimento de R$ 22 milhões, o espaço foi totalmente restaurado para abrigar um museu interativo, respeitando os princípios da acessibilidade universal com rampas especiais e toda a infraestrutura adequada. O Museu da Gente Sergipana, na cidade de Aracaju, capital do estado, compreende a concepção de um espaço público de valorização da cultura da gente sergipana com instalações multimídia interativas, novas tecnologias, acesso gratuito e um programa educativo contínuo.

Comunicação e Mobilização Social
Instituto Socioambiental, de São Paulo, pela criação e manutenção do site Povos Indígenas no Brasil, com o objetivo de dar visibilidade aos povos indígenas e seu patrimônio cultural por meio de informações qualificadas e disponíveis online. O projeto exerce uma ação de comunicação que tem contribuído para o reconhecimento e valorização da diversidade de povos indígenas existentes no Brasil, ainda pouco conhecida dentro e fora do país.

Ações Educativas
Centro de Criação Galpão das Artes, de Pernambuco, pelo projeto Mané Gostoso e o Vaivém do Lúdico, que consiste na realização de oficinas dirigidas aos educadores da rede pública estadual que confeccionam e perpetuam o brinquedo Mané Gostoso, boneco que tem as pernas e os braços movimentados por meio de cordões, apresentando articulação de madeira e desenvolvendo noções de coordenação motora e equilíbrio. O objetivo é salvaguardar a cultura da infância ao promover as condições essenciais para o desenvolvimento sustentável em benefício das gerações atuais e futuras desse brinquedo popular.

Confira a revista com mais informações sobre a edição 2013.

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