História – Santo Amaro (BA)
A atual cidade de Santo Amaro, na Bahia, surgiu em 1557 e cresceu à margem do Rio Taripe, nas proximidades do mar. Ali viveram os primeiros colonizadores portugueses, entre eles o major João Ferreira de Araújo e membros da família Dias Adorno. Anos mais tarde, os jesuítas do Colégio de Santo Antão de Lisboa se fixaram à margem do rio Traripe e fundaram uma capela, sob a invocação de Nossa Senhora do Rosário. Ao redor da capela e nas terras vizinhas cresceu o povoado.
Antes de firmarem o seu domínio na região, os colonizadores travaram sucessivas batalhas com os índios Tupinambá, antigos habitantes das margens dos rios Sergi-Mirim e Subaé. Apesar dos conflitos ocorridos no início da ocupação desse território, mais tarde, os Tupinambá colaboraram e participaram do estabelecimento da povoação de Nossa Senhora da Purificação e Santo Amaro. Esses índios - segundo o estudo Povos Indígenas no Sul da Bahia (Museu do Índio/Funai – 2002) -, habitavam a região que abrange os atuais municípios acima de Salvador, as terras ao redor da Baía de Todos os Santos e uma grande área do atual Estado da Bahia.
Os engenhos do Recôncavo Baiano - A economia do município esteve vinculada - entre o século XVI e as primeiras décadas do século XX - à cultura da cana-de-açúcar: em 1757 existiam 61 engenhos funcionando na região. Durante o século XVII, intensificou-se a colonização, com a criação de sesmarias (lotes de terra que a Coroa Portuguesa cedia a um sesmeiro/agricultor). A região se transformou em uma grande produtora de cana, fumo e mandioca, com o surgimento de engenhos e casas de farinha.
No século XIX, duas vias terrestres que interligavam o Brasil e atravessavam os sertões, pelo Maranhão e Minas Gerais, tinham a vila de Santo Amaro como entroncamento. Isto possibilitou que o local funcionasse como um importante entreposto comercial e principal porto açucareiro do Recôncavo Baiano. Além a importância econômica, oriunda dos engenhos de cana-de-açúcar, a população local e seus governantes participaram ativamente da vida política do Brasil (Revolução dos Alfaiates, Sabinada, Guerra do Paraguai e Independência do Brasil) organizando batalhões, fornecendo soldados e suprimentos. Em 1837, a vila foi elevada à categoria de cidade com o nome Leal Cidade de Santo Amaro.
A navegação a vapor regular, entre Santo Amaro e Salvador, começou a ser feita em 1847. O aumento das viagens e do fluxo de visitantes trouxe, também, uma epidemia de cólera que dizimou mais de metade de sua população, em 1855. No século XX, foram implantadas novas culturas (dendê, cacau e bambu) e instaladas indústrias metalúrgicas, açucareiras, papeleiras e de óleos vegetais, entretanto essas atividades não se consolidaram. Atualmente, uma das principais fontes de renda do município é o turismo.