Edição 2004
Nesta edição, 125 ações de todo o país candidataram-se ao Prêmio. As comissões regionais pré-selecionaram 44 trabalhos, que foram analisados pela Comissão Nacional de Avaliação. As ações vencedoras foram as seguintes:
Apoio Institucional e Financeiro
Sol Informática Ltda, do Pará, pela campanha Por Amor a Belém, em parceria com a Prefeitura Municipal, envolvendo a comunidade na recuperação de logradouros públicos. Desde 1998, a empresa envolve a população na busca de recursos para financiar a recuperação de logradouros públicos, sugeridos pela própria comunidade. O objetivo é mostrar ao cidadão que não cabe apenas ao governo gerir esses espaços. A Praça Batista Campos é uma das restaurações já realizadas.
Divulgação
Thydêwá – Esperança da Terra, da Bahia, pela realização do projeto Índios na Visão dos Índios. A Thydêwá é uma organização não-governamental que reúne índios e não índios, e trabalha com projetos sociais, educativos e culturais. A organização já realizou o lançamento de sete volumes da coleção Índios na Visão dos Índios, visando resgatar, preservar e divulgar as culturas indígenas das nações Kariri-Xocó/AL, Pankararu/PE, Fulni-ô/PE, Kiriri/BA, Tumbalalá/BA, Truká/PE e Tupinambá/BA. Dos 21 mil livros editados, 30% foram doados a instituições de ensino público e 70% gerenciados pelas próprias comunidades.
Educação Patrimonial
Associação Cultural do Arquivo Público da Cidade de Belo Horizonte, de Minas Gerais, pela produção e distribuição do Vídeo Documento – Arquivo Público da Cidade de Belo Horizonte. Realizado com benefícios da Lei Municipal de Incentivo à Cultura e patrocínio do Hospital Mater Dei, visa difundir e valorizar as possibilidades de pesquisa no Arquivo e torná-lo conhecido da população. O vídeo é distribuído gratuitamente para escolas municipais, estaduais, particulares e instituições culturais. Tem caráter didático e original, mostrando a importância da preservação de acervos ao fazer um paralelo com a vida de uma pessoa, documentada por sua família desde o nascimento.
Inventário de Acervos e Pesquisa
Alexandre Penedo, de São José dos Campos, São Paulo, pelo trabalho Móveis Artísticos Z, documentando a obra do designer Zanine Caldas. Resultado das pesquisas do autor para sua dissertação de mestrado na Escola de Engenharia de São Carlos, da Universidade de São Paulo, a ação inventaria os móveis produzidos na fábrica de Zanine, entre 1948 e 1961, quando foi destruída por um incêndio, em São José dos Campos/SP. O estudo levou Alexandre Penedo a um contato direto com Zanine Caldas, e propiciou o encontro deste com Hans Günter Flieg, fotógrafo da empresa, após mais de 40 anos. Em abril de 2003, a pedido de Alexandre Penedo, o Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Artístico, Paisagístico e Cultural de São José dos Campos aprovou o tombamento do conjunto da obra da Móveis Artísticos Z.
Preservação do Patrimônio Cultural
Centro de Preservação Cultural da Universidade de São Paulo, pela restauração de sua sede, a Casa de Dona Yayá, no bairro Bela Vista, na cidade de São Paulo. A casa foi transferida para a USP em 1961, após o falecimento de sua proprietária, Sebastiana de Mello Freire, a Dona Yayá, que ali viveu por 40 anos, sendo cuidada por familiares e empregados em virtude de problemas de saúde. A casa passou por várias reformas, de acordo com os tratamentos médicos prescritos, configurando-a em exemplar único das práticas sociais que marcaram as transformações da cidade ao longo do século 20. Restaurada para abrigar o Centro de Preservação Cultural, é um testemunho da evolução dos modos de construir e morar. A iniciativa amplia a presença da USP em São Paulo e procura diversificar os vínculos com a sociedade, por meio de atividades de cultura e extensão universitária.
Proteção do Patrimônio Natural e Arqueológico
Sociedade Corpo de Bombeiros Voluntários de Tiradentes, Minas Gerais, pelo desenvolvimento da ação Serra de São José – Um Patrimônio Natural. Integrado por donas de casa, jardineiros, carpinteiros, pedreiros, professores, mestres de obra etc, preocupados com a preservação das riquezas naturais da Serra de São José, o Corpo de Bombeiros atua nos municípios que compõem a Área de Proteção Ambiental da serra – Tiradentes, Prados, Coronel Xavier Chaves, São João Del Rei e Santa Cruz de Minas – formada por ecossistemas variados, como mata atlântica, campos rupestres e cerrado. A ação começou em 1992, para impedir a continuação dos incêndios na serra. Ao longo dos anos o grupo adquiriu equipamentos e se preparou tecnicamente, obtendo recursos por meio de doações e campanhas organizadas pelos próprios voluntários, que atuam sem subvenção oficial. Além do combate ao fogo, realizam atividades de prevenção e educação, e incentivam a criação de grupos similares.
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