Igarassu (PE)
O conjunto arquitetônico e paisagístico de Igarassu foi tombado pelo Iphan, em 1972. Este sítio possui conformação urbana com traçado irregular e espontâneo, que resultou em um traçado singelo, harmonioso, e de topografia ondulada, cuja paisagem foi destacada no entorno. O tombamento abrange cerca de 250 edificações e considerou a autenticidade, preservação e características próprias do seu núcleo urbano originário dos séculos XVII e XVIII. Dentre os bens tombados, destacam-se as igrejas datadas do século XVI decorrentes das primeiras ocupações portuguesas no litoral pernambucano.
Na cidade, está a mais antiga igreja do país (construção iniciada em 1535 e finalizada apenas no século XVII), de São Cosme e Damião aos quais é atribuído um milagre de 1685: quando as cidades de Recife, Olinda, Itamaracá e Goiana foram assoladas pela febre amarela, Igarassu escapou ilesa da praga. A igreja é a construção que permaneceu daqueles primeiros tempos, enquanto as capelas e casas quinhentistas não resistiram às intempéries, devido à natureza precária dos materiais empregados na construção.
O município de Igarassu - localizado no litoral norte da Região Metropolitana de Recife - possui um dos patrimônios mais invejáveis e expressivos da arquitetura de cunho civil e religioso do Brasil. Ao longo dos anos, a cidade foi envolvida pelo crescimento urbano de Recife. É, atualmente, um trecho urbano dos séculos XVI e XVII que se funde com a periferia da capital pernambucana, apesar de pertencer a um município independente. Todo o núcleo do povoado colonial está inserido em uma malha urbana consideravelmente maior.
Seu crescimento está relacionado à economia agroexportadora do açúcar, como uma das cidades que serviam de ponto de apoio durante as viagens entre os engenhos e o porto. Apresenta estado de conservação regular e observa-se - apesar das pressões exercidas sobre o núcleo histórico - certa capacidade de resistência às ocupações devido, entre outros fatores, aos impedimentos físicos e geográficos encontrados no local: mangues e declividades não se mostram atraentes a empreendimentos industriais ou mesmo residenciais.
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