Oeiras (PI)
O conjunto urbano de Oeiras - tombado pelo Iphan, em 2012 - apresenta elementos de várias correntes arqnuitetônicas (luso-brasileira, arquitetura do imigrante e eclética) que pela sua escala e volumetria configura um conjunto harmonioso e de grande qualidade. A área tombada é composta por 14 quarteirões com 235 imóveis. Apresenta, do ponto de vista urbanístico, aspectos comuns às cidades implantadas ao longo do Caminho das Tropas: conformação linear com ruas estruturadas paralelamente ao Caminho das Tropas, interligadas por travessas de largura reduzida.
A estrutura urbana identificada na área é caracterizada pela sucessão de quadras criadas a partir do núcleo original, a Praça Nossa Sra. das Vitórias, e por ruas estreitas entre as quais não existe hierarquia. Além desta praça, destacam-se outras como principais logradouros públicos. A cidade guardou um patrimônio histórico dos mais valiosos, com seus casarões coloniais monumentos dos séculos XVIII e XIX. A maioria dessas edificações se concentra em uma área de raio não superior a 400 metros circundando a praça.
Nessa paisagem, com o alinhamento das edificações e a impressão de ordem estabelecida, se inserem a Igreja Matriz de Nossa Senhora das Vitórias e o Sobrado Nepomuceno (Paço Episcopal) - os mais importantes bens do patrimônio tombado. O centro histórico permanece como centro administrativo e econômico da cidade. A partir dele, a malha urbana se ampliou, em todas as direções, principalmente ao longo das rodovias de acesso aos municípios vizinhos. É a mais antiga cidade do Piauí e foi criada pela Carta Régia de 1761 (primeiro de uma série documentos a tratar do controle do processo de crescimento urbano no Brasil Colônia).
Embora não prescrevesse dimensões definidas para a praça central e largura das ruas (como ficou estabelecido em legislações posteriores), a instrução insistia na demarcação em linha reta (ou à régua) dos lotes destinados às residências, garantindo disposição ordenada e um alinhamento das moradias e fachadas das casas, buscando impressão de uniformidade e uma vista harmoniosa do conjunto. A casa antiga tinha função basicamente residencial. Em pequena escala, são encontradas casas de residência e comércio, com loja na esquina. Atualmente, é frequente a função comercial nessas casas, mas trata-se de incorporações recentes. A área mais densamente ocupada abrange o centro comercial e encerra a maior concentração de serviços, infraestrutura e equipamentos urbanos da cidade.
Oeiras foi a primeira capital do Piauí, entre 1939 e 1940. A partir da segunda metade do século XX, acompanhando o fenômeno de urbanização experimentado pelo Brasil inteiro, a cidade viu sua malha urbana ampliada, seguindo no sentido oeste, em uma configuração de linhas retas e quarteirões regulares. Em menor grau de crescimento e de forma bastante irregular, as ocupações ao longo das rodovias que ligam Oeiras às outras cidades, em aglomerações pontuais entremeadas por grandes vazios, também contribuíram para a ampliação da malha urbana.
A grande ampliação da malha urbana da cidade ocorreu a partir do início dos anos 1970. A atual forma de ocupação das margens da rodovia Transamazônica, que tangencia a cidade ao sul, sugere uma tendência de especialização para a localização de indústrias, comércio de atacado e prestação de serviços ligados ao tráfego rodoviário. O restante da malha urbana, que tem utilização predominantemente residencial, possui infraestrutura e serviços urbanos básicos.
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