Embarcações Tombadas

Luiz Phelipe Andres/Heitor Reali/Associacao Viva Saveiro/Acervo Museu Nautico
 

O primeiro tombamento de embarcações realizado pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural ocorreu em 2010, para preservar e valorizar esse patrimônio formado pelos barcos tradicionais criados por carpinteiros e artesãos, mestres e pescadores brasileiros. No mesmo ano, o Iphan tombou a Coleção Alves Câmara Século XXI, considerada um dos acervos de modelos de barcos tradicionais mais importantes do mundo. Este acervo teve como inspiração a Coleção Alves Câmara original, composta por 42 modelos de barcos brasileiros, encomendados aos estados, em 1908. pelo então ministro da Marinha, o almirante Alves Câmara. 

Desde a década de 1990, a proteção de barcos ou tipologias de embarcações tradicionais é realizada como política de preservação do patrimônio cultural em vários países, especialmente na Europa. A proteção de barcos históricos e embarcações tradicionais é comum em Portugal, Espanha, França, Itália e Inglaterra, países historicamente ligados à navegação. Na França, há mais de 100 embarcações tombadas como monumentos históricos nacionais, entre barcos de pesca, de lazer, de passageiros, de combate, de comércio e transporte de mercadorias, além de embarcações científicas. Outro exemplo são as famosas gôndolas de Veneza, do século XI, e que ainda integram a paisagem e a cultura dessa cidade italiana. 

As embarcações tombadas como Patrimônio Cultural Brasileiro são as de uso tradicional no Brasil, que vieram de todos os continentes e aqui foram adaptadas às realidades locais:

Luzitânia - Canoa de tolda utilizada na região do baixo rio São Francisco, em Sergipe.

Dinamar - Canoa costeira que navega na Baía de São Marcos, no Maranhão.

Sombra da Lua - Saveiro de vela de içar, do Recôncavo Baiano.

Tradição - Canoa pranchão utilizada nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Museu Nacional do Mar - O Iphan apoiou a confecção de réplicas, em 2005, produzidas pelo Museu Nacional do Mar, em Santa Catarina. Criado em 1993, com recursos do governo do Estado de Santa Catarina e a participação do Iphan, o Museu nasceu com a revitalização dos grandes armazéns da antiga empresa Hoepcke, abandonados há mais de vinte anos. O local, que abriga grande diversidade de embarcações brasileiras, foi revitalizado entre 2003 e 2004.

São mais de 60 barcos em tamanho natural e cerca de 200 peças de modelismo e artesanato naval, distribuídas em 15 salas temáticas instaladas em dois extensos conjuntos de galpões que eram utilizados pela empresa. Todo o acervo está identificado por textos e imagens. Também integra a nova versão do Museu, a  trilha sonora tema da instituição e as gravações das músicas folclóricas das diversas regiões brasileiras.

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