Parque Nacional do Jaú (AM)

Unidades de conservação, como o Parque Nacional do Jaú, no Amazonas, formam o Complexo de Conservação da Amazônia Central.

Administrado pelo Instituto Chico Mendes para Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o Parque Nacional do Jaú possui, aproximadamente, 2,4 milhões de hectares e é uma importante amostra dos ecossistemas amazônicos, localizado entre os municípios de Novo Airão e Barcelos, ao norte do Estado do Amazonas. Criado em setembro de 1980, por iniciativa do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), a partir de estudos realizados pelo Instituto de Pesquisa da Amazônia (Inpa), recebeu o nome de um dos maiores peixes brasileiros e também de um dos rios que banha a área - o rio Jaú, um dos muitos afluentes do colossal rio Negro e também o seu principal acesso.
Um das características do Rio Jaú é a água escura, resultante da decomposição de matéria orgânica.O relevo é bastante diversificado, abrangendo áreas inundáveis, planícies, colinas, igapós, igarapés e matas de terra firme. Banhado pelos rios Negro, Jaú, Carabinani, Unini, Pauini e Canauaru, o parque, que concentra diversas cachoeiras de beleza sem igual, abriga a maior bacia de águas pretas do mundo, a do rio Negro. O tom escuro das águas origina-se das nascentes que brotam de terras muito antigas, deixando os rios carregados de elementos orgânicos e ferro.

Segundo estudos biológicos, essa área abriga cerca de 400 espécies de plantas, algumas das quais restritas a determinados ambientes ali encontrados. Sua rica biodiversidade tropical inclui amostras dos ecossistemas várzeas, igapó, florestas, lagos e canais. Nas margens dos rios estão espécies como o açaizeiro, a macaricuia e o macucu do igapé, também encontradas em áreas ocasionalmente inundadas. Os terrenos de maior altitude abrigam os arbustos: amapá-doce, jaranae mangarana. As castanheiras-do-Pará, maçarandubas, angelins-rajados e sucupiras são algumas das espécies da área de floresta tropical mais densa.

Além da flora típica da região amazônica, os pesquisadores têm encontrado uma fauna rica e diversificada. O parque é o habitat da maior variedade de peixes elétricos no mundo, os quais estão incluídos na lista das 263 espécies de peixes já catalogadas nos seus limites. Estão protegidas, também, muitas espécies ameaçadas, incluindo a arapaima-gigante, peixe boi da Amazônia, jacaré-açú, jacaretinga, tartaruga da Amazônia, tracará, gavião real, uacari-preto, ariranha, gato-maracajá, onça pintada e duas espécies de botos.

O parque abriga ainda cachoeiras isoladas, como a do Miratucu, e diversas praias formadas nas margens do rio Jaú. Entre as bacias dos rios Negro e Japurá encontra-se o maior lago amazônico, o Amanã, com 45 quilômetros de extensão e três quilômetros de largura. Por não ter sofrido ocupação humana permanente, como a presença impactante de garimpeiros ou madeireiros, o ecossistema mantém integralmente suas características originais. Dentro do parque existem cerca de 160 famílias de ribeirinhos, que vivem da pesca, das roças de mandioca e da coleta de frutas e cipó, há muitas gerações.

Projeto Corredores Ecológicos - O parque está vinculado ao Projeto de Parques e Reservas do Ibama (Projeto Corredores Ecológicos), criado para unir diferentes espaços protegidos e unidades de conservação da região biogeográfica em um imenso corredor verde. Além da consolidação dessas unidades, o objetivo é fomentar planos para o desenvolvimento sustentável da região. O conceito de corredores ecológicos surgiu a aprtir da biologia da conservaçãode uma região, onde corredores naturais ligam fargmentos de florestas, permitindo a integridade biológica e genética das popualções da fauna. O Parque Nacional do Jaú é o centro geográfico do Corredor Ecológico da Amazônia, o primeiro a ser implantado.

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