As procissões do Divino em Paraty

O levantamento do mastro do Divino Espírito Santo é um dos pontos altos dessa festa de forte religiosidade e que envolve a participação de diversos cortejos e procissõesEm Paraty (RJ), durante a Festa do Divino Espírito Santo, as procissões, as irmandades exibiam sua riqueza, organização e esforço para realizar a festa em favor do santo de devoção, quando os irmãos percorriam as ruas da cidade vestidos com suas opas de gala, carregando cruzes, bastões de prata e andores ricamente ornamentados que sustentavam a imagem dos santos cheios de joias, juntamente com danças de mascarados, numa mistura inseparável entre manifestações de devoção e divertimento público.

A associação entre a devoção ao Divino, em Paraty, e as festas realizadas nas Ilhas dos Açores, tornou-se explicação corrente não somente entre pesquisadores que evidenciam a herança portuguesa da manifestação, como também entre os moradores de Paraty que, podemos dizer, encontraram nessa explicação um mito de origem para a realização e a permanência da Festa do Divino na cidade. De uma maneira geral, é atribuída forte tradição lusitana às festas do Divino Espírito Santo que acontecem no Brasil, e alguns historiadores costumam aludir a origem do culto à expressiva devoção de Rainha Isabel (1271-1336), e à construção da Igreja do Divino Espírito Santo em Alenquer, Portugal.

Dentre os estudiosos do tema, há ainda quem sustente que o culto ao Divino Espírito Santo estaria relacionado à aparição da Ordem dos Hospitalários do Espírito Santo, fundada por Guy Montpellier, que cuidava dos pobres no hospital do Espírito Santo, fundado em 1193, em Pyla-Saint-Gely, na França. Em 1208, Inocêncio III organizou a confraria do Espírito Santo para auxílio no atendimento a pobres e doentes, regulamentando uma cerimônia com a procissão do Santo Sudário para esta igreja – vinculada a um hospital – em que foram distribuídas esmolas para trezentos internos e mais de mil pobres.

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