Museu Vivo do Fandango
O Museu Vivo do Fandango - incluido, em 2011, na Lista de Melhores Práticas de Salvaguarda do Patrimônio Imaterial da Humanidade, da Unesco - está sendo desenvolvido sob a forma de uma pesquisa-ação participante que envolve comunidades caiçaras do litoral das regiões Sul e Sudeste do Brasil. A iniciativa tem preservado a prática do Fandango Caiçara, manifestação popular que reúne dança, música e está associada aos mutirões de trabalho, especialmente na lavoura e na pesca. As modas são executadas por instrumentos artesanais – viola, rabeca e adufo – e podem ser valsadas ou batidas (acompanhadas por tamancos).
O projeto constatou que a prática dessa manifestação cultural, por diversos fatores, apresentava-se de maneira desarticulada e cada vez mais rara. Implementada a partir de 2005, a pesquisa envolveu a participação de cerca de 300 fandangueiros da região e teve como principal desdobramento a constituição do museu comunitário a céu aberto, sob a forma de um circuito de visitação e troca de experiências em cinco municípios da região. O circuito inclui casas de fandangueiros e artesãos de instrumentos musicais, centros culturais e de pesquisa, espaços de comercialização de artesanato caiçara, além de locais de disponibilização de acervos bibliográficos e audiovisuais.
A iniciativa de fundar esse museu se deve a uma organização não governamental, a Associação Cultural Caburé. O Museu foi criado para promover atividades em prol da salvaguarda do fandango, como elemento importante do patrimônio cultural das comunidades e tem promovido a sensibilização do público, por meio da apresentação de espetáculos locais, de seminários com professores, publicação de livros e CDs, e da disponibilização de coleções bibliográficas e audiovisuais para consulta. Esse modelo de prática de salvaguarda se baseia na cooperação e pode ser adaptado a outras expressões culturais e contextos regionais análogos, levando-se em conta as características locais.