São José dos Campos vai sediar o 13° Encontro Nacional de Jongo

publicada em 25 de novembro de 2014, às 12h07

 

O 13º Encontro Nacional de Jongo vai acontecer em São José dos Campos (SP) entre os dias 05 e 07 de Dezembro. O Jongo do Sudeste, abrange grupos de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo, é reconhecido como patrimônio cultural desde 2005, pelo Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (Iphan). Atualmente, 22 grupos de Jongo estão incluídos no Plano de Salvaguarda.
 
O Jongo é uma forma de expressão afro-brasileira que integra percussão de tambores, dança coletiva e práticas de magia. É praticado nos quintais das periferias urbanas e em algumas comunidades rurais. Acontece nas festas de santos católicos e divindades afro-brasileiras, nas festas juninas, nas festas do Divino, nas celebrações dos dias 13 de maio da abolição da escravatura. É uma forma de louvação aos antepassados, consolidação de tradições e afirmação de identidades. Tem suas raízes nos saberes, ritos e crenças dos povos africanos, principalmente os de língua bantu. São sugestivos dessas origens o profundo respeito aos ancestrais, a valorização dos enigmas cantados e o elemento coreográfico da umbigada.
 
No Brasil, o jongo consolidou-se entre os escravos que trabalhavam nas lavouras de café e cana-de-açúcar, no sudeste brasileiro, principalmente no vale do Rio Paraíba. Trata-se de uma forma de comunicação desenvolvida no contexto da escravidão e que serviu também como estratégia de sobrevivência e de circulação de informações codificadas sobre fatos acontecidos entre os antigos escravos por meio de pontos que os capatazes e senhores não conseguiam compreender. O Jongo sempre esteve, assim, em uma dimensão marginal, na qual os negros falam de si, de sua comunidade, através da crônica e da linguagem cifrada. É também conhecido pelos nomes de tambu, batuque, tambor e caxambu, dependendo da comunidade que o pratica.

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