publicada em 21 de novembro de 2014, às 12h38

Artista plástico, arquiteto e designer, o nome de Roberto Burle Marx ficou eternizado, principalmente, por seu trabalho como paisagista em praças, parques e espaços públicos no Brasil. Os Jardins de Burle Marx em Recife (PE), por terem elevado valor histórico, artístico e paisagístico, estão em processo de inscrição, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), nos livros do Tombo Histórico, de Belas Artes e no Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico.

A solicitação do tombamento dos sete jardins partiu do Laboratório da Paisagem da Universidade Federal de Pernambuco em abril de 2008. O Laboratório também foi responsável pela elaboração do Inventário dos Jardins de Burle Marx no Recife para subsidiar a proposta de tombamento. O anúncio foi feito no dia 20 de novembro e publicado no Diário Oficial da União, clique aqui para mais informações.

Fazem parte deste processo as seguintes áreas: Praça de Casa Forte (ou Praça Vitória Régia); Praça Euclides da Cunha (ou Cactário de Madalena ou Praça do Internacional ou Praça do Benfica); Praça da República; Jardim do Campo das Princesas; Praça do Derby (ou Parque do Derby); Praça Ministro Salgado Filho (ou Praça do Aeroporto); e Praça Faria Neves (ou Praça de Dois Irmãos).

Os Livros do Tombo têm como atribuição a guarda e a preservação da documentação de valor permanente produzida no âmbito do Iphan. Por tombamento se entende o instituto jurídico por meio do qual o Poder Público reconhece a proteção especial a certos bens culturais.

O Decreto-Lei nº 25, de 30 de novembro de 1937, que continua em vigor, normatizou na esfera federal o ato do tombamento e é um dos instrumentos legais básicos do Iphan. Existem quatro especificações de livros, nos quais são inscritos os bens sob a proteção da Lei: Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico; Livro do Tombo Histórico; Livro do Tombo das Belas-Artes; e Livro do Tombo das Artes Aplicadas. Para saber mais acesse: http://www.iphan.gov.br/ans/

Sobre Burle Marx
Roberto Burle Marx nasceu em 04 de agosto de 1909, em São Paulo. Desde pequeno, já manifestava sua vocação para as artes plásticas, por meio de desenhos e pinturas. Aos 18 anos, em viagem para a Europa, decidiu se tornar pintor, após visitar uma exposição de Van Gogh. Lá, conheceu a coleção de plantas brasileiras do Jardim Botânico de Dahlen, em Berlim, que o inspirou a trabalhar com o paisagismo de jardins, usando a flora brasileira, no lugar da concepção europeia.

Em 1932, foi convidado por Lúcio Costa a fazer seu primeiro jardim em uma residência em Copacabana. Em 1934, como diretor de Parques e Jardins em Pernambuco, começa a fazer jardins públicos. São contabilizados mais de dois mil projetos paisagísticos de sua autoria, entre eles, o Parque do Flamengo, o Calçadão de Copacabana e o Itamaraty. Faleceu no próprio sítio, em 04 de junho de 1994, com 84 anos de idade.

Legado
Em 1985, o paisagista doou ao Iphan o Sítio Roberto Burle Marx, com o intuito de preservar os trabalhos desenvolvidos e criar uma escola de paisagismo, botânica e artes. A propriedade em Barra de Guaratiba (RJ) foi adquirida, em 1949.

Naquela época, no Sítio de Santo Antônio da Bica, como era chamado, havia uma antiga casa de fazenda e uma pequena capela do século XVII, dedicada a Santo Antônio. Burle Marx restaurou as construções e começou a trazer para o Sítio sua coleção de plantas, iniciada quando ele tinha apenas seis anos. Em 1973, fez de Barra de Guaratiba sua residência fixa, mudando-se de Laranjeiras, bairro próximo ao centro do Rio de Janeiro, onde cresceu.

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