Paisagem Cultural é tema de debate no Espírito Santo

publicada em 05 de abril de 2012, às 13h51

 

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) realizará, ainda no primeiro semestre de 2012, um seminário sobre a Chancela da Paisagem Cultural Brasileira na cidade de Pancas, no Espírito Santo. O encontro, que contará com a participação dos diretores do Departamento do Patrimônio Material e Fiscalização – Depam/Iphan, Andrey Rosenthal Schlee e do Departamento do Patrimônio Imaterial – DPI-Iphan, Célia Corsino, foi um dos desdobramentos do 2º Colóquio da Política da Paisagem para o Espírito Santo, realizado no último dia 27, no Palácio Anchieta, em Vitória - ES. O evento, promovido pelo Iphan em parceria com a Secretaria de Estado da Cultura, teve por objetivo proporcionar à sociedade um conhecimento mais aprofundado sobre a chancela, instrumento que permite reconhecer e preservar as paisagens que reúnam testemunhos notáveis da obra humana e da natureza, por meio de sua identificação, proteção, valorização, revitalização e divulgação. A chancela da Paisagem Cultural Brasileira foi criada por Portaria do Iphan em 2009.

O 2º Colóquio da Política da Paisagem para o Espírito Santo teve ainda a apresentação de dois documentos elaborados em 2011 pelos alunos da primeira e segunda turma do curso Estudo e Análise Da Paisagem e sua Interface Com o Paisagismo. Os documentos, a Carta Capixaba da Paisagem e a Carta de Vitória, foram elaborados com o objetivo de sensibilizar os gestores públicos sobre a importância da preservação da paisagem nos municípios; auxiliá-los na identificação e cumprimento de critérios para o território capixaba; reconhecer o valor de seu patrimônio cultural; tornar o estado um lugar cada vez melhor para se viver; e contribuir para ações sustentáveis e para o crescimento do turismo.

Durante o encontro, o coordenador-geral do Patrimônio Natural do Depam-Iphan, Carlos Fernando de Moura Delphim, falou sobre o significado da nova figura da chancela a paisagem cultural para a sociedade brasileira. “Até a publicação da Portaria 127 pelo Iphan, sítios e paisagens que merecem ser reconhecidos e preservados por testemunharem formas harmoniosas de convivência do homem com os diferentes biomas do país não eram objeto de interesse por parte da legislação e de órgãos do poder público”, informou Carlos Delphim.

Segundo ele, o Espírito Santo apresenta modelos harmoniosos de uso e convivência de diferentes etnias e grupos formadores da sociedade brasileira com uma rica diversidade geológica e biológica. A superintendente do Iphan-ES, Diva Maria Freire Figueiredo, ressaltou que a realização do Colóquio gera um movimento de todas as esferas do poder público e da sociedade em torno da Chancela de Paisagem Cultural”, uma das vertentes do patrimônio cultural que engloba todas as outras.

Pancas
O convite para a realização do seminário sobre a Chancela da Paisagem Cultural Brasileira, partiu do prefeito de Pancas, Luiz Pedro Shumacher, durante visita da equipe do Iphan à comunidade de pomeranos, que habita os Pontões Capixabas na região de Pancas. De acordo com Carlos Fernando Delphim, “embora, a preocupação pela conservação da natureza de Burle Marx, atribua ao imigrante europeu a destruição de formações da natureza nacional, os pomeranos (Pommerer ou Pomerisch, em sua língua) souberam manter uma forma equilibrada de relação com os ecossistemas brasileiros, o que justifica sua declaração como Paisagem Cultural Brasileira”.

Segundo o coordenador, a etnia descende de tribos eslavas e germânicas que viveram na região da Pomerânia (Pommerland), hoje conhecida como Pomerânia Oriental, devastada pela Segunda Guerra Mundial e atualmente situada entre a Alemanha e a Polônia. Os pomeranos do Brasil, situados nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Espírito Santo, falam um idioma extinto de origem baixo saxônica, o pomerano. Essa língua foi preservada graças a um projeto capixaba, o Programa de Educação Escolar Pomerana. Os pomeranos conservam a floresta de suas propriedades por acreditareem que sua destruição atrairia para suas casas tudo o que nela existe de malévolo, sob um ponto de vista material ou espiritual.

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