Iphan Rio Grande do Norte Resgata sítio arqueológico

publicada em 28 de fevereiro de 2012, às 13h30

 

Uma equipe de pesquisadores, coordenada pelos professores Scott Allen, da Universidade Federal de Pernambuco e Vivian Sena da Universidade Federal do Vale do São Francisco, realizou a escavação do sítio arqueológico Macaguá 1, localizado no município de Tenente Laurentino, RN.

Do sítio, registrado em 2009, foram recolhidos fragmentos cerâmicos com pintura polícroma, ferramentas em pedra polida e lascada e adornos labiais conhecidos como tembetás. Ainda como adornos foram encontradas contas de colar de coloração azulada de diversos tipos. A presença destes artefatos, feitos de vidro, material desconhecido dos ameríndios até a chegada dos europeus, faz os pesquisadores lançar a hipótese de que se trata de um “sítio de contato” ou seja, um sítio arqueológico onde existem os vestígios dos primeiros contatos entre os europeus e os ameríndios.

O estudo dos fragmentos cerâmicos revelou que se trata de um tipo de cerâmica conhecido pelos pesquisadores como Subtradição Pintada da Tradição Polícroma Amazônica. Este tipo de cerâmica teria sido produzida por tribos pertencentes ao grupo linguístico Tupi.

O fato do sítio arqueológico localizar-se numa região até há poucos anos fora dos territórios historicamente conhecidos como tendo sido ocupados por povos Tupi fornecem novas pistas para a sua dispersão nas terras interiores do Nordeste.

As pesquisas arqueológicas no sítio Macaguá foram encomendadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional no Rio Grande do Norte (Iphan-RN) e financiadas pela empresa Multiner Geração de Energia, como parte de medidas compensatórias negociadas por ocasião da instalação de parques eólicos no Rio Grande do Norte.

O sítio foi escolhido por estar ameaçado pela expansão da cultura mecanizada da mandioca.

 

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