Louça morena puxada à mão: Exposição e vendas até 04 de março de 2012

publicada em 06 de fevereiro de 2012, às 13h10

 

O Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular - CNFCP do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) inaugurou dia 26 de janeiro a exposição da Sala do Artista Popular Louça morena puxada à mão: o fazer do barro no povoado de Poxica que fica aberta até dia 04 de março. Com exposição e venda de louças de barro produzidas por mulheres de uma das mais importantes regiões brasileiras de tradição popular dessa produção, localizada no município de Itabaianinha, em Sergipe.

Itabaianinha está localizada na região centro-sul do Estado de Sergipe, a 118km da capital, Aracaju, com aproximadamente 38.000 habitantes divididos entre os cerca de 100 povoados da região. É referida sempre como a “Princesa das Montanhas”, como a teria batizado o poeta sergipano João Pereira Barreto, por sua localização entre cadeias de montes.

Se a produção cerâmica destinada à construção civil logo se anuncia na paisagem, ao olhar imediato do visitante escapa haver ali uma outra atividade que transforma o barro, dispersa nas oficinas de seus produtores, em geral instaladas no ambiente doméstico. A “louça morena”, como a chamou Cecília Meireles, pode ser encontrada na área urbana ou em diferentes povoados.

Fazer peças de barro em Itabaianinha aparece como uma atividade caracteristicamente masculina quando ocorre o uso do torno, mas a produção manual de louça para uso doméstico é de domínio feminino. E é no povoado Poxica, a sete quilômetros de Itabaianinha, que a produção manual da louça de barro está concentrada e adquire expressão.

 “É coisa passada de geração”
As louceiras de Poxica modelam mais frequentemente vasilhas arredondadas – passarinhos, caqueiros, pratos e alguidares –, mas recentemente passaram a produzir travessas, além da grande variedade de peças – lembradas, aprendidas ou inventadas –introduzida no repertório por dona Valdeci, conhecida como Nem: panelas, xícaras, bules, sopeiras, flores e moringas.

Começaram a aprender ainda criança, quando, olhando as mães, se distraíam fabricando boizinhos e miniaturas para as brincadeiras. O aprendizado da louça se iniciava com os “passarinhos”, vasilhas pequenas assim chamadas porque nelas se usava deixar água para as aves virem beber. À medida que pegavam o jeito, cresciam as peças, abrindo-as a partir de seu interior e fazendo girar o barro entre as palmas das mãos, como em uma espécie de torno imaginário.

As mulheres do povoado perguntam apreensivas quem irá continuar fazendo a louça quando as que aí estão também deixarem, mas, de pouco em pouco, moças e meninas têm chegado, revelando que dar forma à massa espessa é memória compartilhada, e que no fazer do barro pode estar guardado um percurso também para si.

Serviço:
Exposição Louça morena puxada à mão: o fazer do barro no povoado de Poxica

Data: 26 de janeiro de 2012
Horário: às 17h
Visitação: 26 de janeiro a 4 de março de 2012

Exposição e venda
Terça a sexta-feira, das 11h às 18h
Sábados, domingos e feriados, das 15h às 18h
Local: Galeria Mestre Vitalino - Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular
Endereço: Rua do Catete, 179/Galeria Mestre Vitalino (acesso pelo Parque do Museu da República) Rio de Janeiro

*Excepcionalmente, esta edição da SAP será realizada na Galeria Mestre Vitalino, nosso anexo que fica dentro do Parque do Museu da República.

Realização
Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular/Iphan/MinC
Informações
Setor de Difusão Cultural
(21) 2285-0441, ramais 204, 205 e 206
difusão.folclore@iphan.gov.br

 

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