Antigo prédio da Rede Ferroviária Federal S/A – RFFSA será restaurado em Belo Horizonte

publicada em 19 de dezembro de 2011, às 13h58

 

Antigo prédio terá em breve, o Centro de Preservação da Memória Ferroviária

A belíssima edificação com localização privilegiada, e parte do conjunto da Praça da Estação e sendo ponto culminante da extremidade leste do viaduto Santa Tereza, grande marco urbano da região central de Belo Horizonte na Rua Sapucaí, 383 – Floresta, será restaurada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em Minas Gerais (Iphan-MG). Construído nos anos 30, inspirado no estilo Art-Decó, a edificação foi sede da extinta Rede Ferroviária Federal S/A – RFFSA, e está associada à criação de Belo Horizonte.  Assim como BH, outras cidades poderão ter uma solução para a preservação do Patrimônio Ferroviário. Em breve a edificação dará lugar ao Centro de Preservação da Memória Ferroviária de Minas Gerais.

Licitada pelo Iphan em dezembro de 2011, a primeira etapa das obras começará em janeiro de 2012 e deverá ficar pronta em 06 meses. Esta etapa custará R$ 652.405,37 e serão contemplados os seguintes itens: cobertura, esquadrias, revestimento externo, sistema de captação e condução de águas pluviais, itens considerados emergenciais.

Em 2010 a Superintendência do Instituto em Minas assinou um acordo judicial com a inventariança da extinta RFFSA, a Secretaria de Patrimônio da União – SPU e com o Ministério Público Federal – MPF, sendo a Dra. Zani Cajueiro, peça fundamental e de grande importância em sua manifestação e apoio para a criação de um Centro de Preservação da Memória Ferroviária. O acordo previa a recuperação da edificação, que é composta por três pavimentos, porão e sótão, e atualmente, em seu segundo andar, funciona a Inventariança da RFFSA.

Entre as obrigações assumidas no acordo, o Iphan já executou em 18 meses de trabalho, através da equipe coordenada pela técnica do Iphan, Sra. Mônica Elisque, coordenadora do Centro de Documentação e Informação – CDI, a higienização, conservação e inventário de onze mil títulos (livros e periódicos) e de mais 25 metros lineares de documentação arquivística, que se traduzem por memorandos, correspondência interna, relatórios e outros papéis. “Ainda não temos noção da quantidade de documentos e esse é um desafio. Pelo que vimos, há registros não só de BH, como também do Rio de Janeiro (RJ), onde ficava a sede da Rede, e de outros países, pois havia muitos equipamentos importados”, conta Mônica. Ela explica que foi executada uma etapa do trabalho de catalogação e duas de conservação preventiva, devendo ocorrer, em breve, nova licitação para contratação de empresa especializada em preservação e restauro.

A intenção do Iphan, responsável pelo projeto e custos do mesmo, é fazer a restauração desses “tesouros” e mostrá-los como uma das atrações no futuro Centro de Preservação da Memória Ferroviária. “Queremos que o prédio se torne um espaço multifacetado para garantir e preservar a memória não só de Minas, mas da história ferroviária”, afirma Leonardo Barreto, Superintendente do Iphan em Minas Gerais. Além de focar no rico acervo documental, outra vertente que dialogará com a temática abordada pelo vizinho, Museu de Artes e Ofícios.

Em Minas já foram executadas quatro etapas de inventário do patrimônio edificado da extinta RFFSA, entre os anos de 2008 e 2010. O material produzido engloba dados históricos, levantamentos fotográficos, dentre outros.  Em 1º de setembro de 2011, foi assinado pelo Iphan e SPU uma portaria conjunta para estabelecer os critérios de repasse do espólio da RFFSA que apresentem valor histórico, artístico e cultural para o Iphan e padronizar os procedimentos para eventuais repasses desses imóveis às prefeituras interessadas em utilizá-los. Os bens de natureza móvel já estão sendo vistoriados, e a prioridade é para àqueles que já se encontram em poder das prefeituras, por meio de convênios firmados no passado com a própria RFFSA.

Reincorporação – O acordo também previu a reincorporação de antigos bens outrora pertencentes ao Museu Ferroviário e que tenham sido repassados, mediante o convênio, a outras instituições ou entes públicos e caberá ao Iphan analisar sua relevância para o acervo do futuro Centro de Preservação da Memória Ferroviária e, em caso positivo, solicitar sua reincorporação, no prazo máximo de 90 dias a contar do recebimento dos bens caso estes se encontrem em bom estado de conservação, ou no prazo de 24 meses, na hipótese de necessitarem de recuperação.

Mais informações:
Assessor de Comunicação
Glayson Nunes
Superintendência do Iphan em Minas Gerais
glayson.nunes@iphan.gov.br
(31) 3551 3260 / 3222 2440
(31) 9315 6621

 

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