A falta de empresas especializadas dificulta ação do Iphan em Minas Gerais

publicada em 16 de dezembro de 2011, às 14h31

 

A falta de empresas especializadas na elaboração de projetos de restauração de bens religiosos tombados em Minas Gerais dificulta ações do Iphan

Findado o ano fiscal de 2011, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em Minas Gerais (Iphan-MG) passa por situação inusitada e triste na preservação do patrimônio cultural protegido. Após duas tentativas, as licitações de contratação de escritórios de arquitetura especializados na elaboração de projetos de restauração, findaram desertas, por falta de interessados.

O desinteresse e o mercado da construção civil aquecido podem ser dois dos fatores que contribuem para este comportamento.

Segundo Leonardo Barreto, Superintendente do Instituto em Minas Gerais, esta pode ser a explicação para este resultado pífio da contratação de projetos das Igrejas de Nossa Senhora do Pilar em São João del-Rei e a Igreja da Sé em Mariana, que ficaram sem os projetos, uma vez que o preço sugerido em ambos, foram embasados nos índices de contratação adotados e usados no mercado, como o CUB-SINDUSCOM-MG, o SINAPE da Caixa Econômica Federal e a tabela de honorários do IAB.

Outro fator preponderante é a especificidade do objeto, uma vez que se trata de projetos de restauração de Igrejas do século XVIII, que exigem um conhecimento e maior apuro profissional por parte dos arquitetos e engenheiros na elaboração dos projetos de restauração.

Normalmente estes projetos detalham edificações erigidas em materiais e técnicas, por sua vez não usuais nas construções de hoje, como adobe, taipa de pilão e taipa de mão. Estes materiais, menos resistentes que o concreto, mas que, devido à forma como é executado e a sua junção com outros elementos, configuram construções sólidas e estáveis, delineiam verdadeiras obras de arte do barroco mineiro e que necessitam de reformas e restaurações.

Os projetos de restauração devem considerar um excelente levantamento da edificação, principalmente da estrutura, da diagramação dos telhados e que pela dimensão das peças, formas e encaixes, precisam ser medidas e detalhadas in loco, já que não é usual e uma vez desmontada sem o registro, a reconstrução torna-se bastante complexa.

O mesmo acontece com os elementos constituintes de pisos, revestimentos frios, pátios internos e forros, que precisam ser milimetricamente representados para posteriormente serem restaurados.

O Iphan possui os recursos e quer viabilizar os reparos nos templos protegidos, aproveitando esta época do ano em que não podemos realizar as obras devido ao período de chuva que castiga e degrada nossos belos patrimônios, mas para isso precisamos de maior empenho das empresas que atuam no setor.

Mais informações:
Assessor de Comunicação
Glaysin Nunes
Superintendência do Iphan em Minas Gerais
glayson.nunes@iphan.gov.br
(31) 3551 3260 / 3222 2440
(31) 9315 6621

 

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