Iphan-MG aprova projeto que modifica mobiliário urbano de São João del-Rei

publicada em 05 de dezembro de 2011, às 14h27

 

Por suas preciosidades barrocas e arquitetura colonial, a cidade mineira São João del-Rei merece, sem dúvida, um tratamento especial em virtude de seus casarões, calçadas, ladeiras, monumentos, igrejas, tradições e costumes.

Tendo seu conjunto arquitetônico e urbanístico tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1938, a cidade natal de Tiradentes, o herói da Inconfidência, representa com louvor as tradições mineiras e revela, sob seus ares de província, sua face cultural. Em 2007, foi eleita a Capital Brasileira da Cultura pela diversidade de suas manifestações quanto por seu valioso patrimônio histórico, que abarca uma das mais belas e ricas expressões da arquitetura barroca do país.

Ao contrário das principais vilas históricas vizinhas, a cidade de São João, conseguiu superar o final do ciclo do ouro, investindo emagricultura, pecuária e comércio, desde o séc. XVII. Isso fez com que o moderno e o antigo convivessem com harmonia, tornando a paisagem da cidade, bastante interessante. Enquanto a arquitetura sofreu diversas influências, a cultura e a religiosidade atravessaram os séculos, e São João evoluiu sem perder sua identidade, destaca Mário Ferrari, chefe do Escritório Técnico do Iphan na cidade.

Criado em parceria com a Associação Amigos de São João del-Rei, o projeto contendo 185 páginas faz um diagnóstico detalhado das condições do centro histórico do município e prevê a adequação do mobiliário à arquitetura da cidade. As cabines telefônicas, por exemplo, deverão ser de metal e vidro. O projeto foi aprovado pela Superintendência do Iphan em Minas Gerais, na última semana e desta forma as ruas e o casario de São João que acompanharam mais de 290 anos de história não serão mais comprometidos por postes e bancos mal conservados. As placas de lojas e a sinalização de trânsito, por exemplo, desagradam o olhar mais criterioso.

Toda a poluição visual será retirada, já que o projeto propõe a modificação de todo o mobiliário urbano. Ele foi elaborado de acordo com padrões nacionais e internacionais, e mais especificamente com o Guia de Mobiliário das Cidades Históricas de Minas Gerais.

A implantação da proposta foi regulamentada por uma lei aprovada em outubro pelos vereadores e acontecerá em três etapas: a primeira deverá estar pronta até o dia 8 de dezembro, para as festas de aniversário da cidade. No total foram gastos R$600 mil. Até abril de 2012, os lojistas precisarão cumprir a segunda fase, alterando os letreiros das lojas em acordo com as normas do Iphan para o perímetro protegido. A data foi estabelecida a partir de um acordo com o Ministério Público.

A Prefeitura promete finalizar todas as obras reconstruindo as calçadas da cidade no fim do período chuvoso em janeiro de 2012. A intenção é transformar este projeto em modelo. A prefeitura e Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) têm intenção de ceder o projeto para outras cidades, a fim de uniformizar o mobiliário dos centros históricos.

As obras de instalação de equipamentos como abrigos de ônibus, bancos de praça, lixeiras, estacionamentos de bicicletas e cabines telefônicas já estão em andamento.

Glayson Nunes
Assessor de Comunicação
Superintendência do Iphan em Minas Gerais glayson.nunes@iphan.gov.br
(31) 3551 3260 / 3222 2440
(31) 9315 6621

 

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