Emoção marca a entrega da capela NS das Mercês em São Luiz do Paraitinga

publicada em 27 de setembro de 2011, às 14h42

 

A Capela de Nossa Senhora das Mercês, em São Luiz do Paraitinga, no Vale do Paraíba, em São Paulo, está de volta à comunidade que, nos últimos nove meses, trabalho intensamente na recuperação do templo e do Centro Histórico que foi alagado por uma grande enchente no início de 2010; Com a presença da ministra da Cultura, Ana de Hollanda, do presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Luiz Fernando de Almeida, da prefeita do município, Ana Lúcia Bilard, do bispo de Taubaté, Dom João Carlos Rohden, e da população do município, a reabertura da igreja aconteceu durante a festa de Nossa Senhora da Mercês, celebrada em 24 de setembro. Durante todo o domingo, dia 25, além da Missa Solene para a reabertura do templo, houve diversas atividades, como desfile de bonecos gigantes, missas e outras atrações.

Durante a solenidade, a ministra Ana de Hollanda anunciou a criação de um escritório do Iphan na cidade. Ela lembrou também que está sendo criada a Secretaria da Economia Criativa porque segundo ela, “é necessário que a riqueza cultural de São Luiz do Paraitinga seja sustentável”. Já o presidente do Iphan lembrou dos primeiros dias de 2010 quando esteve pessoalmente nas ruas enlameadas da cidade, um momento de grande emoção. Luiz Fernando de Almeida lembrou que, durante o período de reconstrução, “a Cultura se firmou como ator de agregação social e, agora, mostra uma dimensão econômica muito importante”, acrescentou. Ainda segundo o presidente do Iphan, a Capela de Nossa Senhora das Mercês é o primeiro monumento recuperado e entregue à população de São Luiz do Paraitinga, uma das poucas cidades do Brasil onde as ações estão sendo pautadas pelo turismo cultural.

A reconstrução do templo, a pedido da própria comunidade, recebeu recursos do PAC Cidades Históricas, no valor de R$ 1,5 milhão. Em 2011, a capela mais antiga de São Luiz do Paraitinga completa 197. Construída no século XVIII, a Capela de Nossa Senhora das Mercês sofreu intervenções de resgate, seleção e proteção de seus elementos construtivos e decorativos, contando com a mobilização da população local, que formou uma brigada de salvamento dos escombros. Os trabalhos de reconstrução, sob a supervisão de uma equipe técnica do Iphan que foi deslocada para a cidade em janeiro de 2010, contou com grande participação dos moradores que, assim que as águas começaram a baixar, deram início aos trabalhos de resgate dos escombros. Um empresa, contratada para as obras, recontratou os moradores que passaram a ser remunerados para continuar o trabalho de salvamento, Esses mesmo moradores foram operários nas obras que reergueram a igreja.

Na reconstituição das alvenarias os técnicos utilizaram tijolos de barro cozido, considerados sucessores naturais do antigo sistema de taipa de pilão, desde meados do século XIX. Os trabalhos de reconstrução da capela foram complementados por um inventário das peças principais da fachada do altar: o revestimento de madeira do arco-cruzeiro, telhado, forros, balaustradas, batentes e folhas de portas de janelas, entre outros itens que integravam o madeiramento do conjunto arquitetônico. Ao fim desse processo, cada elemento recuperado foi reposto no seu local de origem e reintegrado ao edifício.

O trabalho do Iphan em São Luiz do Paraitinga incluiu ações emergenciais de escoramento, salvamento e limpeza de imóveis atingidos pela enchente, incluindo a Igreja Matriz. Também foram feitas restaurações de imagens sacras e bens integrados às igrejas, um inventário das manifestações culturais tangíveis e intangíveis do município, e o apoio técnico constante à comunidade para a reconstrução da cidade. Como mais uma medida de proteção, a superintendência do Iphan em São Paulo concluiu o dossiê de tombamento e, em dezembro de 2010, São Luiz do Paraitinga foi incluída na lista das cidades sob a proteção do Iphan.

As obras na cidade ainda não terminaram. Além da Capela das Mercês foram concluídos os trabalhos no sede do Instituto Elpídio dos Santos – IES e já estão em andamento os processos para a restauração da Igreja do Rosário, da Casa de Oswaldo Cruz e de alguns imóveis privados. Todas essas ações estão incluídas no orçamento de R$ 10 milhões disponibilizado pelo Governo Federal e Ministério da Cultura, somados a mais R$ 1 milhão doados pelo BNDES.

 

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