Florianópolis recebe Encontro sobre o Inventário da Língua Guarani Mbya

publicada em 27 de julho de 2011, às 14h54

 

Lideranças Guarani, representantes de instituições e especialistas envolvidos direta ou indiretamente no Inventário da Língua Guarani Mbya – ILG estão reunidos em Florianópolis, nos dias 26 e 27 de julho, no I Encontro sobre o Inventário da Língua Guarani Mbya. O objetivo do evento é discutir os resultados do Inventário e seus desdobramentos.

O ILG foi concebido como um projeto piloto para, juntamente com outros sete projetos contemplando línguas de imigração, de sinais, indígenas de poucos falantes e afrobrasileira, consolidar a proposta de criação do Inventário Nacional da Diversidade Lingüística, coordenado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) com a participação de outros parceiros governamentais, lingüistas e ONG’s, como o Instituto de Investigação e Desenvolvimento em Política Lingüística – Ipol. A expectativa é que a Língua Guarani Mbya seja reconhecida como patrimônio cultural brasileiro. O Inventário envolveu 69 aldeias dos seis estados das regiões sul e sudeste (ES, RJ, SP, PR, SC, RS) em uma pesquisa que se iniciou em 2009, com o apoio do Conselho Federal Gestor do Fundo de Defesa de Direitos Difusos - CFDD da Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça.

Para o Departamento de Patrimônio Imaterial (DPI-Iphan), o ILG poderá clarear a atual situação da língua na conjuntura nacional, e, além disso, garantir mais direitos e reconhecimento linguístico aos falantes. Mais de 210 línguas são faladas em todo o Brasil. Desta forma, o reconhecimento institucional consiste numa importante estratégia para salvaguardar a diversidade do país, mutilada desde o processo colonial. O I Encontro sobre o Inventário da Língua Guarani Mbya contribui para dialogar com a comunidade sobre os métodos de análise e as diretrizes a serem seguidas a partir de agora, já que as principais pessoas desse trabalho são os próprios indígenas, portadores de uma língua que remonta a história e a ancestralidade de um país.

Em 2006, seminários legislativos e audiências públicas marcaram o início das discussões para a criação do INDL, culminando com sua instituição por meio do Decreto 7.387 assinado em 9 de dezembro de 2010. Destinado a reunir informações variadas sobre a língua e seus usos sociais nas aldeias, e registrando em áudio e vídeos depoimentos e palavras, o trabalho do inventário foi sistematizado em um relatório detalhado que está sendo debatido no encontro.

 

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