Villa Real de Nossa Senhora da Conceição do Sabará celebra 300 anos de fundação

publicada em 13 de julho de 2011, às 13h29

 

A histórica cidade de Sabará, em Minas Gerais, está em festa desde o início do mês. O grande marco será no próximo dia 17 de julho, com a comemoração dos 300 anos de elevação à Villa de Nossa Senhora da Conceição do Sabará. Diversas Um passeio ciclístico abre as atividades do dia que terá ainda missa campal, eventos esportivos e culturais e uma Missa Especial na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição. Toda a programação está no site http://www.sabara.mg.gov.br/300anos/programacao.

Sabará foi o primeiro povoamento de Minas Gerais, instalado há 336 anos. A elevação à Vila veio na mesma época de Vila Rica (Ouro Preto) e Vila do Carmo (Mariana). As primeiras expedições chegaram a Sabará por indicação dos índios que contaram aos bandeirantes paulistas sobre um local que povoava o imaginário coletivo da época, o Sabarabuçu, (hoje Serra da Piedade), cuja fama era de possuir, em abundância, ouro e outros metais preciosos.

A indicação correu a colônia e a movimentação de exploradores no Caminho de Sabaraçu, que ligava Sabará a Ouro Preto, deu origem ao Arraial da Barra do Sabará. Começando a prosperar, o arraial chamou a atenção de Portugal e foi elevado a Vila Real de Nossa Senhora da Conceição do Sabará, incorporando outros arraiais vizinhos.

Habitada por escravos, senhores de minas, barões, aventureiros, representantes da Coroa e indígenas no século 18, Sabará era o retrato da intensa corrida pelo ouro no Brasil. Por causa de tanta movimentação, Portugal ordenou que ali fosse instalada a Casa de Intendência e Fundição – local onde se pagava o Quinto, ou seja, 20% de tudo o que fosse encontrado nas minas, e onde o ouro era transformado em barras, nas quais se colocava o timbre da Coroa. A Vila se mostrava tão rentável para a extração aurífera que D. Pedro I a classificou como “fidelíssima”.

O resultado de tanta história encontra-se à disposição dos turistas. A cidade é formada por um conjuntos arquitetônicos e 19 bens culturais tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), quatro deles protegidos pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico - Iepha, e 23 obras tombadas pelo Município. Entre os templos mais destacados de Sabará estão a Matriz da Senhora da Conceição e a capela de influência oriental dedicada à Senhora do Ó. Na Igreja da Ordem Terceira do Carmo trabalharam o Mestre Aleijadinho e outros contemporâneos, como Francisco Vieira Servas. A Rua Direita, principal artéria da vila, conservou a arquitetura colonial de sobrados e casarões.

A ligação entre Belo Horizonte e Sabará vai muito além da proximidade geográfica. Além de contar parte do nascimento de Minas Gerais, Sabará contribuiu muito para a formação do então Curral del Rey. A linha de ferro que une as duas cidades foi criada com o intuito de fornecer alimentos e outros materiais que ainda eram escassos na recém-inaugurada capital.

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