A Louça de Coqueiros chega ao Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular

publicada em 21 de junho de 2011, às 13h08

 

O Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular (CNFCP) inaugura no dia 30 de junho, quinta-feira, às 17 horas, a exposição da Sala do Artista Popular A céu aberto: a louça de Coqueiros, com venda de louças artesanais produzidas em Coqueiros, bairro periférico de Maragogipe – cidade com população estimada em 40 mil habitantes, localizada a cerca de 133-km de Salvador, na Bahia. A mostra ficará em cartaz até o dia 7 de agosto e conta com o patrocínio da Caixa Econômica Federal. Na ocasião da abertura da exposição, haverá a presença de alguns dos artesãos de Coqueiros. A entrada é gratuita.

Situada entre o mangue e o rio Paraguaçu, no Recôncavo Baiano, Coqueiros possui a pesca como uma de suas atividades tradicionais, exercida não somente por homens, mas também por mulheres no ofício de marisqueiras. Além da habilidade com a pesca, elas são especialmente reconhecidas pelo talento das louceiras do lugar.

Trabalhando quase sempre à vista de todos, sentadas na soleira das portas de suas casas de trabalho, mulheres burnem suas louças, colocam o barro para secar ou exibem a louça pronta na calçada, à espera de algum comprador.

Em Coqueiros, há duas localidades onde se concentram as ceramistas: a Rua das Palmeiras, onde mora, aos 90 anos de idade, Bernardina Pereira da Silva, a dona Cadu, que tornou reconhecida a cerâmica que se faz em Coqueiros participando de exposições organizadas pelo Instituto de Artesanato Visconde de Mauá, em Salvador, angariando clientes; e a Fazenda do Rosário, cuja ceramista mais velha é Josefa de Jesus França, conhecida como dona Zefa, referência de muitas mulheres. No total, entre os cerca de 50 ceramistas do distrito, existem dois homens.

Normalmente a louceira constrói uma casa de taipa ou de alvenaria, contígua ou bem próxima à moradia, para exercer o ofício, que reúne sempre mais de uma pessoa em cada etapa, desde ir buscar o barro, quando algumas mulheres acompanham os homens neste duro trabalho, passando pela confecção das peças, até o momento de apanhar a lenha e juntar as louças para a queima.

Realizada a céu aberto, na beira da estrada ou do rio – lugares chamados de queimador – a queima a céu aberto é característica de poucas comunidades no Brasil, podendo ser encontrada também na localidade de Passagem, no Estado da Bahia. As tonalidades azuladas e enegrecidas que marcam as peças são testemunho de uma antiga tradição indígena, e agregam valor diferencial a esse tipo de artesanato.

Sobre o CNFCP
Instituição vinculada ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), do Ministério da Cultura, o Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular é responsável por promover ações que busquem, por meio de pesquisa e documentação, conhecer as realidades específicas em que ocorrem as mais diversas expressões do fazer brasileiro, procurando acompanhar as constantes transformações por que passam, bem como apoiar e difundir os processos culturais populares, propondo e conduzindo ações para sua valorização e difusão.

Serviço
Sala do Artista Popular A céu aberto: a louça de Coqueiros

Data: 30 de junho de 2011
Horário: às 17h
Visitação: 30 de junho a 07 de agosto de 2011
Exposição e venda: Terça a sexta-feira, das 11h às 18h
                                   Sábados, domingos e feriados, das 15h às 18h
Local: Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular - Rua do Catete, 179 (metrô Catete), Rio de Janeiro, RJ 22.220-000

Realização
Associação Cultural de Amigos do Museu de Folclore Edison Carneiro
CNFCP/Iphan/Ministério da Cultura
Patrocínio
Caixa Econômica Federal

Parceria
Instituto de Artesanato Visconde de Mauá

Apoio
Prefeitura Municipal de Maragogipe
Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia

Informações
Setor de Difusão Cultural
(21) 2285-0441, ramais 204, 205 e 206
difusão.folclore@iphan.gov.br
Visite www.cnfcp.gov.br e conheça a instituição

 

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