Iphan libera recursos para restauração do Capanema, no RJ

publicado em 05 de maio de 2011, às 15h35

 

Recursos financeiros acabaram de ser liberados para a confecção do projeto executivo para a restauração total e para a instalação de novos elevadores no Palácio Gustavo Capanema, no Centro do Rio de Janeiro, bem tombado pelo Iphan em 1948 por sua importância artística.

A iniciativa contemplará a conservação geral, bem como a adequação a várias exigências técnicas e legais posteriores à criação do monumento, como acessibilidade a portadores de necessidades especiais, sistema antipânico, revisão e atualização do sistema de combate a incêndios, revisão e ajuste do sistema elétrico, de lógica e de monitoramento de segurança, entre outros, que deverão ser devidamente compatibilizados com o projeto original.

Já os 6 elevadores existentes serão substituídos por unidades mais modernas, capazes de garantir o acesso devido aos 16 pavimentos do prédio, hoje ocupados por várias instituições federais.

O prazo para a substituição dos elevadores é de 300 dias corridos e para a entrega do projeto de 490 dias corridos. Os valores estimados para a realização dos serviços são de R$ 4.656.000,00 e R$ 1.999.524,00, respectivamente.

O monumento
Projetado durante a gestão do Ministro Gustavo Capanema para sediar o antigo Ministério da Educação e Saúde, o prédio é um marco da arquitetura moderna em nosso país. É, também, um dos primeiros arranha-céus construídos no mundo com fachada toda em vidro. A área ocupada por ele e seus jardins, projetados pelo paisagista Burle Marx, é de 27.536 metros quadrados. Arquitetos consagrados atuaram na elaboração do projeto de construção do Palácio Capanema, tais como Lúcio Costa, Oscar Niemeyer, Affonso Eduardo Reidy, Jorge Machado Moreira, Carlos Leão e Ernany de Vasconcelos, que tiveram como referência estudos feitos por Le Corbusier, que aqui esteve em 1937 especialmente como consultor. O edifício foi construído de 1937 a 1943 e sua estrutura foi projetada pelo engenheiro Emílio Baungart. Foi utilizado como material de revestimento das empenas o gnaisse (pedr a de galho), por sugestão do próprio Le Corbusier. Os azulejos, elementos também de uso tradicional na arquitetura brasileira, utilizados no revestimento dos corpos edificados do térreo e nas paredes laterais do auditório, de figura avulsa ou formando painéis, foram desenhados por Cândido Portinari. Interna e externamente, o prédio possui outras obras de arte representativas do modernismo em nosso país como os painéis de azulejos, quadros e murais de Portinari, as esculturas de Bruno Giorgio, Vera Janacopulus e Celso Antônio, além dos jardins na área em torno e no terraço, de autoria do paisagista Roberto Burle Marx.

 

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