Salvador completa 466 anos

Salvador completa 466 anos.Salvador está em festa. A primeira capital do país completa hoje 466 anos. Conhecida por sua arquitetura, paisagem e urbanismo, a cidade também se destaca por difundir sua música e tradições que marcam gerações.

O Centro Histórico de Salvador está inscrito no Livro de Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico desde 1984. E, desde cinco de dezembro de 1985, na Lista do Patrimônio Mundial pela UNESCO.

Caracterizada pela diversidade cultural e por uma população miscigenada e receptiva, Salvador foi fundada em 1549 pelo primeiro Governador-Geral do Brasil Tomé de Souza. O objetivo era sediar a administração colonial sob as ordens de D. João III.

Para ajudar na fundação e povoação de Salvador, vieram, com o Governador Geral, cerca de mil homens entre artesãos, voluntários, marinheiros, soldados e sacerdotes. No ano seguinte, desembarcaram na costa baiana os primeiros escravos, logo empregados na cultura da cana-de-açúcar e na produção de algodão, tabaco e gado no Recôncavo.

Entre os séculos XVI e XVIII, além de desempenhar um papel estratégico na defesa e expansão do domínio lusitano, a cidade foi o centro do desenvolvimento econômico, cultural e político da Colônia e passagem obrigatória das embarcações vindas da África e da Ásia. Mesmo com a transferência da capital para o Rio de Janeiro em 1763, Salvador manteve sua importância, reforçada pela abertura dos portos em 1808. Sua relação comercial e cultural com a costa ocidental da África foi alimentada pelo vil tráfico de escravos, em troca principalmente de cacau, fumo e cachaça. A cidade, que herdou costumes e tradições deste intercâmbio, tornou-se o mais interessante exemplo da sincrética cultura afro-brasileira, cuja riqueza e diversidade são expressas pelas festas populares, pela musicalidade e pela culinária.

O conjunto urbanístico e arquitetônico contido na poligonal do chamado Centro Histórico da cidade de Salvador é um dos mais importantes exemplares do urbanismo ultramarino português, implantando-se em acrópole e distinguindo-se em dois planos as funções administrativas e residenciais, no alto, e o porto e o comércio, à beira-mar. Aliada a uma topografia singular, a paisagem do Centro Histórico é formada basicamente por edifícios dos séculos XVI ao XIX, na qual se destacam conjuntos monumentais da arquitetura religiosa, civil e militar.  A cidade de Salvador, fundada em 1549, foi até 1763 a primeira capital do Brasil. Edificada sobre uma colina, dominando uma imensa baía em ponto estratégico da costa brasileira, teve como objetivo o de centralizar as ações da Metrópole na América Portuguesa e facilitar as transações comerciais com a África e o Oriente.

O Centro Histórico da cidade de Salvador apresenta grupos de construções e espaços que permitem a leitura do modelo das cidades fundadas pelos portugueses no além–mar. Os limites da primeira cidade, morfologicamente planejada e ortogonal, a sua expansão, de características menos rigorosas, formada por ruas constituídas por um casario uniforme, entremeado por conjuntos de arquitetura monumental e, principalmente, a distinção entre a cidade alta e a cidade baixa, garantem a identificação de uma paisagem herdada do período colonial.

O sítio patrimônio mundial é caracterizado pela fiel representação do plano típico de cidade do século XVI, cuja densidade de monumentos e a homogeneidade de suas construções, implantadas em sítio acidentado, de relevantes qualidades paisagísticas, permitem visadas ascendentes e descendentes de incomparável beleza. Sua particularidade em grande parte é devida à distinção na sua estrutura urbana entre as cidades alta e baixa que, mantida ao longo dos séculos, individualiza o lugar.

Os espaços públicos de Salvador – Praça Municipal, Terreiro de Jesus, Caminho de São Francisco, Largo do Pelourinho, Largo de Santo Antônio e Largo do Boqueirão – decorrentes dos traçados de suas ruas, ladeiras e becos, formam um dos mais ricos conjuntos urbanos de origem portuguesa. Os sobrados de dois ou mais andares e as soluções de implantação em terrenos acidentados são exemplos típicos da cultura lusitana.

Com a riqueza gerada pela lavoura açucareira, em meados do século XVII, iniciou-se a chamada fase monumental da arquitetura baiana, apoiada na transição do estilo renascentista para o barroco. Datam dessa época a construção dos principais edifícios, entre os quais: a Igreja dos Jesuítas, hoje Catedral de Salvador; a Igreja e Convento de São Francisco; a Igreja do Carmo; a Igreja e Convento de Santa Teresa, atualmente o mais importante museu de arte sacra do país; a Igreja e Mosteiro de São Bento; a Igreja da Ordem Terceira de São Francisco; e o Palácio do Governador.

Entre 1938 e 1945, vários monumentos do Centro Histórico foram tombados como patrimônio nacional, para garantir a preservação do Largo do Pelourinho e do seu entorno imediato. Esse instrumento não impediu, no entanto, a progressiva degradação da área, sobretudo a partir de 1960, quando o centro perdeu importância para as novas áreas de expansão urbana.

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