Ministro da Cultura viabiliza implantação de unidade regional do Museu Nacional do Mar em Maragogipe
publicado em 22 de agosto de 2006, às 16h25
No próximo dia 24, quinta-feira, às 11h15min, o ministro da cultura, Gilberto Gil, assina o protocolo de intenções da construção da unidade regional do Museu Nacional do Mar, em Maragogipe – BA. A assinatura será no Mercado Municipal de Artesanato, Praça João Primo Guerreiro (Cajá). O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), e o Ministério da Cultura, junto com a Associação de Amigos do Museu Nacional do Mar- AAMNM articularam um projeto com o objetivo de identificar, proteger e valorizar o patrimônio naval brasileiro, instalando unidades museológicas em áreas de principal ocorrência patrimonial. O presidente do Iphan e coordenador nacional do Monumenta, Luiz Fernando de Almeida, e o prefeito Silvio José Santana Santos também assinam o documento.
A unidade de Maragogipe, que contará com recursos do Fundo Nacional de Cultura, será composta de: núcleo expositivo, para barcos e materiais náuticos com valor histórico; painéis explicativos e contextualizadores e módulo áudio visual – com documentários sobre as embarcações locais, os pescadores e seu contexto cultural, histórico, geográfico e antropológico. Também está previsto um espaço de atendimento por parte da Secretaria de Aqüicultura e Pesca – SEAP do Governo Federal, prestando atendimento às colônias de pesca, com sala de reuniões, venda de artesanato e artefatos de pesca; espaço de atendimento a estudantes, mantido pela Secretaria Municipal de Educação, qualificando o espaço como referência para aulas de cultura, ecologia, geografia e história.
Os núcleos regionais do Museu Nacional do Mar serão implantados preferencialmente em edifícios arruinados, aptos a terem suas coberturas restauradas, permanecendo livre o volume do espaço interno e a receber velas e mastros de embarcações. As cidades a serem escolhidas para a instalação das Unidades Regionais do Museu Nacional do Mar serão as tombadas pelo Iphan e que apresentarem em seu contexto cultural destacada relação com o ambiente aquático – marítimo, fluvial ou lacustre – com a pesca artesanal e com os barcos tradicionais brasileiros.
Maragogipe
Uma tribo de índios Aimoré dominava a margem direita do Rio Peroaçu (mais tarde Paraguaçu) no trecho em que este recebe as águas do Guaí, e chamavam o lugar de “Marag-gyp” – rio dos mosquitos – em razão do local ser cercado por extensos manguezais, habitat de insetos. Maragogipe fica no ponto de encontro do Rio Paraguaçu com o Rio Guaí, formando uma extensa região de lagamar, cercada por cerca de 30 km de manguezais com 30 metros de largura. O município tem excelentes condições para o turismo náutico, contando, inclusive, com uma ponte de atracação para embarcações de grande porte. Último paradeiro náutico do Recôncavo Baiano, a cidade ainda abriga, no porto do Caijá, dezenas de canoas e saveiros. As antigas embarcações à vela eram muito utilizadas para o transporte das mais diversas mercadorias no interior da Baía de Todos os Santos até recentemente. Hoje, ainda restam alguns exemplares concorrendo com meios de transporte mais modernos.
Museu Nacional do Mar
O Iphan, por meio do Programa Monumenta, o Governo do Estado de Santa Catarina e a prefeitura de São Francisco do Sul, participaram da qualificação do Museu Nacional do Mar. O projeto só foi possível graças à inclusão de São Francisco do Sul no Monumenta. Criado em 1993, com recursos do programa de investimentos estratégicos do governo do estado de Santa Catarina, com a permanente participação do Iphan, o Museu Nacional do Mar nasceu com a revitalização dos grandes armazéns da empresa Hoepcke, abandonados há mais de vinte anos.
Tem como finalidade valorizar a arte e o conhecimento dos homens que vivem no mar. São embarcações originais de todo o país, várias delas configurando alguns dos mais expressivos barcos tradicionais em todo o mundo. Jangadas, saveiros, canoas, cúteres, botes, traineiras e baleeiras são alguns deles. Organizado por temas, o Museu Nacional do Mar contextualiza história e uso das peças em exposição. Um exemplo disso é a Sala da Amazônia, ambientada com um espelho d'água e decorada com vitórias-régias, peixes-boi e botos, ilustrando o cenário para as canoas indígenas daquela região. São mais de 60 barcos em tamanho natural e cerca de 200 peças de modelismo e artesanato naval, tudo identificado com textos e imagens explicativas.
Também faz parte dessa nova versão do Museu Nacional do Mar a trilha sonora com músicas folclóricas das diversas regiões brasileiras e a música tema do museu, produzida especialmente para esta finalidade. São cerca de 15 salas temáticas, que ocupam os dois extensos conjuntos de galpões da antiga empresa Hoepcke.
Em algumas salas foram montados dioramas - espécie de representação cênica onde podem ser observados o uso daquelas embarcações e o modo como os homens desempenhavam uma determinada atividade, como a pesca da baleia, por exemplo.
Mais informações:
Assessoria de Comunicação
Programa Monumenta
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Tels: (61) 33268907/ 33263911 / 33266864
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fernanda.pereira@iphan.gov.br;
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