Último dia do Encontro de Iluminação de Monumentos em Ouro Preto
publicado em 15 de setembro de 2006, às 13h45
O I Encontro Nacional de Iluminação de Monumentos e Conjuntos Protegidos terminou nesta sexta-feira, 15 de setembro. O evento promovido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e pelo Programa Monumenta do Ministério da Cultura reuniu durante três dias mais de 200 participantes de todo o Brasil na cidade de Ouro Preto.
Ao final das atividades, a avaliação foi bastante positiva. Profissionais das diversas as áreas elogiaram a iniciativa, que pela primeira vez tratou do tema de maneira exclusiva. Os participantes tiveram a oportunidade de conhecer as novas tecnologias disponíveis no mercado. Além disso, o momento foi propício para a troca de experiências e também para a busca de soluções para problemas comuns na área de iluminação.
O superintendente regional do Iphan em Minas Gerais, Leonardo Barreto, ficou satisfeito com o balanço final do encontro. “Nossa idéia é, até o mês de novembro, oficializar as diretrizes debatidas aqui e formar uma comissão para tratar destes assuntos”, declarou. De acordo com Leonardo Barreto, o Encontro Nacional de Iluminação de Monumentos e Conjuntos Protegidos deve ganhar uma segunda edição.
Para a restauradora Luzia Alcântara, que participou do encontro, as palestras apresentaram um novo caminho para a sua profissão. “Aprendi muito esses dias sobre um assunto sobre o qual não tinha conhecimento, mas que é de grande importância. A partir de agora vou procurar usar os procedimentos mais adequados de iluminação quando for trabalhar”, disse.
Critérios para projetos de iluminação
Na tarde desta quinta-feira, 14 de setembro, o superintendente regional do Iphan em Minas Gerais, Leonardo Barreto, apresentou aos participantes os principais critérios técnicos adotados pelo Instituto para a avaliação e a elaboração de projetos luminotécnicos. Entre os pontos destacados por Barreto estão a apresentação de um memorial descritivo e de cálculos e simulações reais. “Outro critério essencial é o fornecimento das plantas luminotécnicas e elétricas elaboradas por profissionais habilitados. Todos estes detalhes vão permitir um conhecimento mais profundo do projeto”, declarou.
O superintendente chamou a atenção dos participantes para outras questões que considera indispensáveis, como as especificações dos tipos e das quantidades dos materiais e equipamentos utilizados. “Não adianta usarmos um equipamento muito caro em um primeiro momento, mas que depois não poderá ser mantido. Ao mesmo tempo, um material de péssima qualidade tem que ser evitado”, disse.
De acordo com Leonardo, é indispensável que os profissionais fiquem atentos ainda com o nível de iluminação do entorno imediato do monumento, sem esquecer de averiguar as condições da estruturas elétricas das edificações. “A iluminação proposta deve se adequar às características arquitetônicas e estilísticas da edificação”, falou.
Veja outros pontos destacados pelo superintendente:
- Avaliar a necessidade de boa reprodução de cores na visualização da edificação;
- Prestar atenção na interferência da iluminação pública na iluminação do monumento e no comprometimento estético diurno gerado pelos equipamentos;
- Ficar atento com a reversibilidade dos danos físicos provocados pelas instalações nas edificações e seus entornos;
- Analisar os riscos de danos por vandalismo e a apreciação da quantidade de luz em função do envelhecimento ou sujidade dos equipamentos;
- Optar por equipamentos de pequena dimensão, design limpo e que demarque sua contemporaneidade;
- Proporcionar a iluminação de todas as fachadas visíveis em caso de conjuntos de edificações geminadas, assim como a percepção do volume da edificação;
- Fazer a filtragem de raios ultravioletas;
- Observar a previsão do tempo de exposição controlado em função da garantia da manutenção do sistema.