publicado em 11 de outubro de 2006, às 12h42

A Superintendência Regional do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em Minas Gerais (Iphan-MG) solicitou providências ao Ministério Público Federal para que seja apurada denúncia relativa à destruição de antiga rede de abastecimento de água, na cidade de Diamantina (MG). Durante escavações realizadas na Rua Macau do Meio, entre a Escola Estadual Leopoldo Miranda e o Hotel Tejuco, por empresa contratada para realizar o trabalho, foram encontrados e retirados, sem que o Iphan fosse avisado, como manda a legislação, os remanescentes da rede de água. Um morador da cidade, preocupado com o destino destas peças, comprou um exemplar e o encaminhou junto com a denúncia à regional do Instituto.

O sistema colonial de abastecimento de água de Diamantina era constituído de calhas de madeira de quatro metros de comprimento e peças de esteatita (pedra sabão) que se encontram preservadas até hoje. Em alguns locais, apresentavam-se cobertas por folhas de palmeira da colocação original, possivelmente do Século 18. De acordo com técnico da superintendência, Alexandre Delforge, “investigações arqueológicas sobre estes remanescentes de grande valor histórico podem revelar informações inéditas sobre a formação do antigo arraial do Tejuco.”

Várias ruas centrais da cidade já foram escavadas sem autorização do Iphan e sem acompanhamento arqueológico, obrigatórios por lei. “O prejuízo ao patrimônio histórico do conjunto tombado, Patrimônio da Mundial reconhecido pela Unesco, ainda não foi estimado”, ressalta Delforge.

O destino destas peças será investigado, pois há suspeitas de comércio ilegal. Existem informações de que algumas peças teriam sido enviadas para Curitiba (PR), onde se situa a sede da empresa. Alguns objetos foram recuperados no escritório da empresa, em Diamantina (MG), e se encontram depositadas no Museu do Diamante.

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