Alunos de São Miguel das Missões (RS) iniciam filme sobre patrimônio da cidade

publicado em 09 de outubro de 2006, às 12h55

 

Depois de passar três meses assistindo a documentários nacionais, 104 alunos do ensino médio de São Miguel das Missões (RS) iniciam nesta semana a produção de seu próprio curta-metragem. As oficinas de audiovisual estão inseridas no âmbito do Programa de Especialização em Patrimônio (PEP), resultado de um convênio entre o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e a Unesco. Serão 35 dias de filmagem com pessoas e lugares da comunidade escolhidos pelos alunos nas primeiras oficinas do curso.

Durante a produção, eles se dividem em 23 equipes encarregadas de entrevistar idosos, jovens, comerciantes, produtores rurais, vigilantes, funcionários públicos e governantes que formam a população de pouco mais de sete mil habitantes do município. A idéia dos participantes é perceber quais as relações sociais desencadeadas em uma cidade que se desenvolve com um sítio arqueológico, protegido pelo Iphan e considerado patrimônio da humanidade pela Unesco, dentro de sua área urbana.

Lucas Munaretto acompanhou todas as sessões realizadas dentro da antiga sacristia da Igreja da redução jesuítico-guarani antes de começar a filmar. “Hoje encontramos o “Seu Chico”, que trabalha aqui nas ruínas há 40 anos. Além de aprender a filmar, pude ouvir dele histórias de minha cidade que eu não conhecia” disse o garoto, aluno do segundo ano, que além de trabalhar na produção é um dos personagens do documentário.

No Brasil, a idéia de o autor entregar a câmera a seu personagem foi realizada pelo cineasta Aloysio Raulino em 1971. Durante as gravações do documentário Jardim Nova Bahia Raulino pediu a seu entrevistado, o lavador de carros Deutrudes Carlos da Rocha, filmar a cidade de São Paulo. Rocha então decidiu documentar a Estação do Brás e a Praia de Santos.

As câmeras grandes, pesadas e difíceis de serem manuseadas dos anos 70, hoje cederam lugar para outras que pesam pouco menos de um quilo. Com qualidade digital é possível gravar por uma hora em fitas menores que um sabonete. O documentário ficará pronto em fevereiro de 2007 e ajudará o Iphan a perceber de que maneira a comunidade encara o patrimônio e o trabalho de preservação realizado pelo Instituto.

Informações:
Willians Fausto
Fones: (55) 3381-1399 e 3381-1221
12subr@iphan.gov.br

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