Iphan lança livro sobre Ofício das Paneleiras de Goiabeiras em Vitória (ES)

publicado em 20 de novembro de 2006, às 13h53

 

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) faz o lançamento amanhã, terça-feira, dia 21, do Dossiê 3 – Ofício das Paneleiras de Goiabeiras, publicação que apresenta o primeiro registro de um bem cultural, com a presença da diretora do Departamento de Patrimônio Imaterial – DPI, Márcia Sant’Anna.

Com o referido registro foram inaugurados o Livro dos Saberes e também o próprio instrumento legal de reconhecimento e preservação dos bens culturais processuais e dinâmicos, o Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial, criado pelo Decreto 3.551, em agosto de 2000. Para melhor conhecer e divulgar o saber e o fazer da arte de fabricar as panelas de barro do Espírito Santo, conhecidas em vários pontos do país, o Iphan aplicou a metodologia do Inventário Nacional de Referências Culturais. Todo esse conhecimento encontra-se reunido e conservado no processo de registro, do qual se oferece uma síntese no Livro Dossiê Iphan 3: a história e pré-história do ofício e seu território de ocorrência, quem são as paneleiras, quais são e de onde provém a matéria-prima e os instrumentos empregados na produção das panelas de barro de goiabeiras.

No livro também são apresentadas as questões relativas a continuidade do ofício das paneleiras, tratadas no âmbito de um plano de salvaguarda que encontra-se em processo de implantação, que prevê o apoio e o fomento a ações que favoreçam a valorização dessas trabalhadoras e a manutenção das condições objetivas para a prática de sua atividade.   

O ofício das paneleiras constitui um saber repassado de mãe para filha por sucessivas gerações, no âmbito familiar e comunitário, em uma tradição de mais de 400 anos. A técnica cerâmica utilizada é de origem indígena, caracterizada por modelagem manual, queima a céu aberto e a aplicação de tintura de tanino.

Hoje cerca de 250 pessoas de Vitória (ES), em sua grande maioria mulheres, produzem panelas de barro com essa técnica tradicional. A Associação das Paneleiras de Goiabeiras representa a categoria e sua presidente, Lucilina Lucidato de Carvalho, 65 anos, afirma que no galpão trabalham em torno de 50 pessoas na confecção de 21 tipos de panelas de barro, que são vendidas para o Espírito Santo – maior consumidor -, e para diversos estados brasileiros e já foram exportadas até para outros países. A produção média é de 1.200 peças por mês.

Mais informações:
Dossiê Paneleiras de Goiabeiras

Assessoria de Comunicação
Programa Monumenta
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan)
Tels: (61) 3326-3911 / 3326-6864 /  3326-8907 / 3326-8014
e-mail: fernanda.pereira@iphan.gov.br
rosangela.nuto@iphan.gov.br
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helenabrandi@iphan.gov.br

 

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