Iphan entrega obras de restauro da Casa de Câmara e Cadeia de Pirenópolis (GO)
publicado em 23 de março de 2007, às 16h48
O Presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Luiz Fernando de Almeida, e o prefeito Rogério Figueiredo participam nesta terça-feira, 27 de março, às 19h, da solenidade de entrega da restauração da Casa de Câmara e Cadeia de Pirenópolis (GO). Na ocasião, haverá também a abertura da exposição fotográfica Detalhe, de Marco Antônio Galvão, apresentação da banda local Phoenix e do grupo de choro de Goiânia, Alma Brasileira, marcando a instalação de um espaço cultural no imóvel.
A obra recebeu o investimento de R$ 242 mil do Instituto. Para a realização da empreitada, efetivou-se, em 2006, um acordo de cooperação técnica entre o Iphan e os governos estadual e municipal. O Iphan executou a obra de revitalização da casa, já adaptada com acesso para deficientes, e organizou a mostra de abertura. A Prefeitura de Pirenópolis ficará responsável pela gestão do espaço e a Agência Goiana de Cultura Pedro Ludovico - AGEPEL se comprometeu a montar no local o Museu de Imprensa do Estado de Goiás.
“A proposta do museu é aproveitar o aniversário de 200 anos da imprensa brasileira, em 2008, para destacar a participação do primeiro jornal do Centro-Oeste e terceiro do Brasil, A Matutina Meiapontense, editado em Pirenópolis”, aponta Salma Saddi, superintendente do Iphan em Goiás, Tocantins e Mato Grosso.
O periódico foi editado entre 1830 e 1835 pelo comendador Joaquim Alves de Oliveira, importante empreendedor da província de Goiás, que, ao adotar como residência o povoado de Meia-Ponte (hoje Pirenópolis), fortaleceu significativamente a agricultura e o comércio da região. O projeto do museu contempla uma sala de exposição temporária, uma recepção-loja, uma sala de exposição permanente com painéis contando a história da imprensa no Brasil e no mundo, com terminais de acesso e pesquisa online à Matutina Meiapontense.
Cidade histórica
À margem de uma curva fechada no rio das Almas que nasce, em 1727, o pequeno arraial de Meia-Ponte, na época um simples acampamento de garimpeiros. Surge, assim, aos pés da Serra dos Pireneus, o primeiro momento da formação da cidade: um eixo longitudinal que liga o garimpo à pousada para visitantes e tropeiros instalada à margem do córrego Lavapés, na saída para Jaguará e Vila Boa (atual Cidade de Goiás).
Pirenópolis foi tombada pelo Iphan em 1989, uma medida que visava impedir a descaracterização da malha urbana, de singela arquitetura colonial, ameaçada pela topografia acidentada e pela dinamização da economia a partir da década de 70 do século 20. A estabilidade e o certo isolamento vivido pela cidade por quase cem anos permitiu a conservação de boa parte da feição original do Centro Histórico, hoje um dos principais centros turísticos do Centro-Oeste. A atual cadeia pública, situada à margem do Rio das Almas, foi construída num período de três anos (1916 – 1919) para substituir a antiga masmorra, em ruínas.
Cadeia Cultural
A mostra Detalhe, que vai inaugurar a galeria de exposições no térreo da Casa de Câmara e Cadeia de Pirenópolis, reúne imagens de construções históricas do Brasil, produzidas sob o olhar do fotógrafo e arquiteto Marco Antônio Galvão. Ele trabalha diretamente com o estudo e preservação do patrimônio cultural desde 1980, quando ingressou em um programa da Fundação Pró-Memória (hoje Iphan).
Detalhe é uma compilação de recortes do patrimônio histórico de várias regiões brasileiras. A mostra foi montada pela primeira vez em 2005, em Brasília, já itinerou em São Francisco do Sul (SC) e na Cidade de Goiás, chegando agora a Pirenópolis.
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Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan)
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