Obra de Aleijadinho permanece no local original até análise do Iphan
publicado em 20 de março de 2007, às 16h55
O busto sobre o Chafariz do Alto da Cruz, de Ouro Preto, atribuído a Aleijadinho, vai permanecer em seu local de origem, pelo menos até que seja realizado laudo por especialistas do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), definindo os procedimentos mais adequados para a sua preservação.
A decisão foi tomada por consenso durante reunião realizada na segunda-feira, 19 de março, na Igreja de Santa Efigênia, em Ouro Preto, da qual participaram o superintendente regional do Iphan, Leonardo Barreto de Oliveira, o prefeito Ângelo Oswaldo Araújo Santos, o secretário de Cultura e Patrimônio de Ouro Preto, Gabriel Gobbi, o pároco Marcelo Santiago, representantes e pessoas da comunidade.
A Prefeitura de Ouro Preto, com o objetivo de promover a preservação da obra em pedra sabão, que integra o Chafariz do Alto da Cruz, tombado pelo Iphan, pretendia fazer sua remoção para o Museu da Inconfidência, colocando uma réplica em resina em seu local de origem, o que gerou protestos da população local.
O Iphan e o Ministério Público intercederam, recomendando à prefeitura que nada seja feito sem estudos mais aprofundados que possam definir os procedimentos mais adequados para preservação da obra.
O superintendente regional do Iphan, Leonardo Barreto de Oliveira, acentuou o caráter positivo da reunião. Ele também sublinhou a mobilização da comunidade na proteção de seu patrimônio, garantindo que todos os esforços serão feitos para garantir a preservação da obra, “de preferência em seu local original”. Informou ainda aos presentes que o Iphan está aberto ao diálogo com a população sempre que necessário.
O prefeito Ângelo Oswaldo informou, na reunião, que o motivo da medida proposta pela prefeitura era de garantir melhores condições para a conservação da obra, que vem sofrendo acentuado desgaste pela ação das intempéries, vento e vandalismo.
Os representantes da comunidade falaram de sua preocupação com o destino da obra e levantaram a possibilidade de criação de uma comissão para estudar propostas alternativas.
O padre Marcelo Santiago propôs o estudo de soluções em três instâncias. A primeira, seria examinar a possibilidade de se preservar o busto, deixando-o em seu local de origem. A segunda, se houver necessidade de remoção, que o bem seja protegido em um centro cultural no próprio bairro, ficando a remoção para outro local como última alternativa.
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