publicado em 14 de março de 2007, às 16h10

Na segunda-feira, dia 12 de março, o vereador Adenor Simões apresentou a proposta de criação do Museu Estação dos Sinos – São João del-Rei ao presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Luiz Fernando de Almeida. Depois de protocolar o projeto no Departamento do Patrimônio Material e Fiscalização – Depam, o vereador solicitou, em nome do prefeito Sidney Antônio de Souza, que o Iphan passe para o Instituto Histórico e Geográfico de São João del-Rei dois galpões do antigo Complexo Ferroviário da Estrada de Ferro de Minas. Esses espaços estão sendo cogitados para abrigar o museu.

Segundo Luiz Fernando de Almeida, alguma providência neste sentido só poderá ser tomada após a aprovação da Medida Provisória 353, da Presidência da República, que trata da extinção da RFFSA, e transfere para a guarda do Iphan os bens móveis e imóveis de valor artístico, histórico e cultural, oriundos da RFFSA.  

Depois da apresentação do projeto, o presidente do Iphan afirmou que a proposta de pedido de registro da linguagem dos sinos como Patrimônio Imaterial brasileiro deverá ser examinada ainda este ano pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural.

“Outros inventários já redundaram em projetos de museus, como o Samba de Roda, em Santo Amaro (BA), e o Frevo, no Recife (PE)” acrescentou.

Luiz Fernando aprovou a proposta de criação de um museu para a salvaguarda e a difusão da tradição sineira. “A criação de um museu dará um grande impulso ao programa da Capital Brasileira da Cultura 2007, valorizando e sendo incorporado ao patrimônio histórico e artístico da cidade”, observa.

Adenor Simões, que também é coordenador-geral da Capital Brasileira da Cultura 2007, pensa nesta mesma linha. Para ele, a proposição tem o objetivo de deixar para a cidade algo que “permaneça como um marco da eleição da cidade como Capital Brasileira de Cultura”. 

Museu Estação dos Sinos
O projeto do Museu Estação dos Sinos – São João del-Rei, elaborado pelo Santa Rosa Bureau Cultural, agência de produção cultural sediada em Minas Gerais, para o Instituto Histórico e Geográfico de São João del-Rei, prevê o aproveitamento de dois galpões do antigo Complexo Ferroviário da Estrada de Ferro de Minas. Planejado para abrigar espaços expositivos e de interação com o futuro visitante, o museu é uma proposta inédita no país e na América Latina que terá, entre seus espaços, uma oficina de mestres sineiros. 

Linguagem dos Sinos
O pedido de registro da linguagem dos sinos no Livro das Formas de Expressão abrange, além de São João del-Rei, as cidades de Mariana, Ouro Preto, Catas Altas, Congonhas do Campo, Sabará, Serro e Diamantina.

A linguagem dos sinos funciona noticiando ocorrências recentes, como a morte ou o nascimento de moradores locais. O tipo de dobre dos sinos atua como um código que identifica o que exatamente está havendo. Por causa do constante barulho nas cidades, e também porque algumas igrejas adotaram o sino eletrônico, a linguagem dos sinos está se perdendo, junto com o trabalho dos sineiros. “Transformar essa cultura em patrimônio imaterial é uma forma de impedir que a tradição se extingue”, enfatiza a técnica do Iphan Maria Lúcia.

Mais Informações:
Assessoria de Comunicação
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan)
Programa Monumenta do Ministério da Cultura
Fones: (61) 3326-8907 e 3326-8014