Cortejo na Praia de Copacabana marca o início do projeto Igrejas de Portas Abertas
publicado em 16 de abril de 2007, às 13h50
No dia 22 de abril, domingo, uma cena curiosa vai chamar atenção dos banhistas da Praia de Copacabana. A partir das 9h30min, um cortejo com 15 atores e quatro músicos vestidos com figurinos caracterizados do Século 18 vai interagir com o público, com o objetivo de divulgar o projeto Igrejas de Portas Abertas do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Essa experiência já ocorreu no último domingo, dia 15, nas praias de Leblon e Ipanema. “Foi espetacular. A multidão foi convocada pelo toque de cornetas e se concentraram em volta dos atores. Várias pessoas puderam ser abordadas, para conheceram o projeto”, conta Mauro Chaves, assessor de promoção cultural do Iphan.
O cortejo percorrerá o trajeto entre a Rua Santa Clara e o Forte de Copacabana, no Posto 6. Os cariocas terão oportunidade de conviver por uma manhã com personagens de tempos idos, como sinhás, escravas, vendedores ambulantes, músicos e ainda Dom Pedro I. Os figurinos foram pesquisados e inspirados nas gravuras do pintor francês Jean-Baptiste Debret, conhecido por retratar o cotidiano da época.
Adultos e crianças vão se surpreender com os vendedores de cebola, abacaxi e flores, que vão contar um pouquinho do gosto culinário e do cotidiano do Brasil colônia. As sinhás vão retratar as mulheres de antigamente enquanto os músicos alegram o percurso.
O projeto Igrejas de Portas Abertas foi elaborado a partir das festividades tradicionais existentes na Europa, como o Dia da Música na França ou o Dia das Portas Abertas, na Holanda, com o objetivo de estimular na sociedade o sentimento de orgulho pelo nosso Patrimônio Cultural. Um projeto pensado para redescobrir o passado colonial da cidade e se discutir a importância da preservação cultural.
O cenário do projeto são as 22 igrejas e duas capelas tombadas pelo Iphan no Centro Histórico do Rio de Janeiro. Há previsão de se reproduzir esse projeto em outros municípios onde haja Centros Históricos tombados.
Os visitantes poderão participar de uma programação bem variada: concertos musicais; narração de histórias; oficinas de arte para as crianças; e visitas orientadas nas Igrejas destinadas também ao público escolar e à terceira idade.
Todos os eventos que ocorrem no último fim de semana de abril (dias 27, 28 e 29), terão entrada franca. O projeto atenderá ao público escolar agendado, além do público espontâneo, crianças e adultos. Os participantes receberão folhetos educativos distribuídos gratuitamente, contendo informações relativas às Igrejas participantes, dicas de bibliografia e atividades sobre a história do Brasil colonial e outros temas tratados pelo projeto.
A primeira edição do projeto foi em 1997. Essa segunda edição fará parte das comemorações dos 70 anos do Iphan e a programação será voltada para sensibilizar o olhar artístico, educando os participantes: enquanto o visitante caminha pela cidade, pode perceber nas construções históricas muitos detalhes que deixamos de ver. “A pressa do dia-a-dia ajuda a esconder ainda mais esses tesouros coloniais e cria um triste distanciamento - o distanciamento sensorial, pois é o olho que não consegue ver”, explica Gustavo Gavião, coordenador pedagógico do projeto.
O Projeto Igrejas de Portas Abertas é uma realização do Iphan, contando patrocínio da Eletrobrás, produção da Sapoti Projetos Culturais e o apoio da Arquidiocese do Rio de Janeiro, 13º Batalhão da PM/RJ e da Guarda Municipal do Rio de Janeiro.
Programação do projeto Igrejas de Portas Abertas.
Mais Informações:
(21) 2616 7011 - 9945 2044 - 9855 5026 - 2540 5105
Marcela Vigo/ Adriana Ayres