Iphan alerta para risco de incêndios

publicado em 03 de abril de 2007, às 14h28

 

O risco de ocorrência de novos incêndios em Ouro Preto (MG) existe e preocupa a Superintendência Regional do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A informação é do superintendente Leonardo Barreto de Oliveira.

O incêndio ocorrido no de 28 de março, na casa noturna República Baviera, é o segundo verificado em Ouro Preto nos últimos anos. Outro sinistro ocorreu há poucos anos em Mariana, onde uma casa sofreu danos de pequenas proporções.

Conforme levantamentos realizados pelo órgão do Patrimônio, grande número de edificações situadas no núcleo histórico daquela cidade apresenta sérios problemas em suas instalações elétricas, devido às gambiarras (instalações elétricas clandestinas) por seus proprietários ou responsáveis.

O problema não se restringe a Ouro Preto e é comum nas cidades históricas. Segundo o superintendente, que é historiador e engenheiro eletricista, os casarões coloniais têm mais de 200 anos e possuem muita madeira na composição de pisos, estrutura, escadas e forros, o que os tornam mais suscetíveis ao problema. Agrava a situação a existência de instalações de gás inadequadas e potencialmente perigosas. De acordo com Leonardo de Oliveira, o risco não se restringe à possibilidade de danos materiais, mas também se refere à própria segurança das pessoas que vivem ou utilizam as edificações para fins comerciais.

O engenheiro observa que o Iphan tem alertado a população das cidades históricas sobre a existência desses perigos e orientado sobre a necessidade de correção dos problemas encontrados. Para isto, as pessoas podem contar com o apoio dos escritórios técnicos do Instituto sediados em Ouro Preto, Mariana, São João del Rei, Tiradentes, Serro, Diamantina e Sabará.

Recentemente, em parceira com o Corpo de Bombeiro de Minas Gerais, foi lançada a cartilha Prevenção de Incêndios em Núcleos Históricos, que descreve os problemas encontrados e os cuidados necessários para que seja evitada a ocorrência de sinistros. Indo além, a cartilha informa sobre ações e providências que devem ser tomadas na ocorrência de acidentes. A publicação foi distribuída em Ouro Preto e em outras cidades históricas mineiras, para associações, instituições públicas e privadas e lideranças comunitárias.

O superintendente ressalta que já está pronta outra publicação na área, realizada pelo Programa Monumenta do Ministério da Cultura e pelo Iphan, intitulada Análise de Risco de Incêndio em Sítios Históricos. O livro, de Antônio Maria Claret Gouveia, deverá ser lançado nos próximos dias e trata a questão de forma técnica e aprofundada, com base em vários estudos e levantamentos realizados.

 

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