Monumenta restaura locais históricos de Natividade (TO)

publicado em 28 de maio de 2007, às 14h45

 

O Programa do Ministério da Cultura destina cerca de R$ 1,5 milhão a intervenções em igrejas, monumentos, centros de cultura e a melhorias nas praças e ruas da cidade

Natividade (TO) completa 273 anos no dia 1º de junho. Nessa data, o Programa Monumenta do Ministério da Cultura vai entregar à população local os principais marcos do patrimônio histórico da cidade restaurados. Haverá entrega das obras de restauração da Igreja Nossa Senhora de Natividade - que teve sua pintura interna refeita e o piso substituído - e, totalmente revitalizadas, e da Praça do Largo da Matriz e do Largo do Rosário.

A cerimônia de entrega das obras será às 18h30min, no centro histórico de Natividade. Estarão presentes o coordenador nacional adjunto do Monumenta, Robson Antônio de Almeida; a superintendente do Iphan em Tocantins, Goiás e Mato Grosso, Salma Saddi; o governador Marcelo Miranda; o prefeito Albany Cerqueira e o presidente da Fundação Cultural do Estado, Júlio César Machado. Na ocasião, além de conhecer os espaços inaugurados, quem estiver lá poderá apreciar os benefícios proporcionados pelo financiamento para intervenções em imóveis privados.

O Monumenta já concedeu empréstimo para restaurar 88 residências do município tocantinense, com valor médio da ordem de R$ 12 mil e prestações entre R$ 50 e R$ 90 por mês. Com a recuperação das fachadas das casas, somada ao restauro dos monumentos do sítio histórico, a cidade ganhou uma nova feição.

O orçamento do Programa Monumenta em Natividade é cerca de R$ 2,57 milhões, dos quais cerca de R$ 1,5 milhão se destina a obras de restauração de prédios e espaços públicos do Centro Histórico. O valor das obras efetuadas na Igreja Nossa Senhora de Natividade é R$ 44.259, e ainda se investiu R$ 129.894 na revitalização da Praça do Largo da Matriz e R$ 101.224 no Largo do Rosário. Todos os investimentos têm contrapartida do governo do estado.

Cidade histórica
Natividade foi fundada em 1734 por Antônio Ferraz de Araújo, sobrinho do bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva, o descobridor do ouro em Goiás. Em 1745, a povoação contava milhares de escravos nas áreas de mineração, o que a tornava um dos garimpos mais importantes da província. Com a exaustão das jazidas, por volta de 1770, o povoado deixou de ser fonte de preocupações para os agentes do fisco. Mas também deixou de ser fonte de lucros. Logo cairia no esquecimento. E por mais de 200 anos sua história registrou poucos fatos que ecoaram além das fronteiras municipais ou regionais. Um deles foi a passagem da Coluna Prestes, que tomou a cidade em 1925.

Dos velhos tempos sobraram nos arredores as marcas da mineração e trilhas pavimentadas com pedras, além de ruínas de moradias. São atrativos turísticos que se completam com cachoeiras e piscinas naturais. No Centro Histórico tombado, algumas igrejas e o casario resistiram bem à passagem dos anos. “Natividade é um convite permanente a um passeio pela era colonial - sua formação urbana revela um pouco da história da Colonização e do ciclo do ouro”, afirma o presidente do Iphan, Luiz Fernando de Almeida.

A mineração marca a constituição do espaço urbano. Segundo alguns historiadores, as ruas não eram mais do que caminhos de ligação de pontos de interesse comum e não muito diversos. A quantidade de ouro existente, possibilitando uma exploração sistemática do minério, implica na fixação do homem, no estabelecimento mais eficiente do comércio, na formação social e na composição do ambiente urbano.

Paisagem urbana
As casas se organizaram numa paisagem horizontal e homogênea, todas térreas, construídas de tijolo cru e cobertas de telha, enfileiradas uma do lado da outra. As telhas do tipo capa e canal, assentadas sobre madeiramento roliço, são uma constante nas coberturas. Com o tempo, o chão batido das origens foi substituído, em geral, por pisos rústicos de cimento queimado. As ruas, por vezes irregulares, ainda são orladas de calçadas de xisto quartzífero. Os quintais são, na maioria, murados de pedra ou tijolo.

O conjunto arquitetônico destaca-se por sua simplicidade, com ausência de monumentalidade nas construções, resultando num conjunto harmonioso. O destaque são as igrejas, como a Matriz de Nossa Senhora de Natividade e as ruínas da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos. A construção da Igreja do Rosário, nas primeiras décadas do século 18, seguia grandiosa planta e foi iniciada pelos negros livres. Erguidas as paredes e posto o telhado, acabaram-se os recursos, junto com a mineração. Hoje restam suas belas ruínas tombadas, onde se construiu a praça agora revitalizada pelo Programa Monumenta, o Largo do Rosário, um dos principais pontos de atração turística e importante local de atividades culturais.

Programa Monumenta
O Monumenta é um programa estratégico do Ministério da Cultura. Seu conceito é inovador e procura conjugar recuperação e preservação do patrimônio histórico com desenvolvimento econômico e social. Ele atua em 26 cidades históricas protegidas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Sua proposta é de agir de forma integrada em cada um desses locais, promovendo obras de restauração e recuperação dos bens tombados e edificações localizadas nas áreas de projeto. Além de atividades de capacitação de mão-de-obra especializada em restauro, formação de agentes locais de cultura e turismo, promoção de atividades econômicas e programas educativos.

O Programa, que conta com financiamento do BID e o apoio da Unesco, procura garantir condições de sustentabilidade do patrimônio com a geração de recursos que alimentam o Fundo de Preservação para o equilíbrio financeiro das atividades desenvolvidas e que mantenham conservados os imóveis da área do projeto.

Serviço:
Entrega das obras de restauro da Igreja Nossa Senhora de Natividade, da Praça do Largo da Matriz e do Largo do Rosário
Data:
1º de junho, aniversário da cidade
Horário: 18h30min
Local: Centro Histórico de Natividade (TO)

Mais Informações:
Assessoria de Comunicação
Programa Monumenta
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan)
Tels: (61) 33263911 / 33266864 / 33268907 / 33268014

 

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