Iphan apoia realização de Seminário Nacional de Patrimônio Naval

publicado em 13 de julho de 2007, às 14h27

 

Em sua segunda edição, evento tem o objetivo de buscar alternativas para preservação da arte de construção naval.

São Luis (MA) vai sediar nos dias 18, 19 e 20 deste mês o 2º Seminário do Patrimônio Naval Brasileiro, no Estaleiro Escola da Universidade Virtual do Maranhão (Univima), no Sitio Tamancão. O encontro tem o objetivo de buscar alternativas para preservação e valorização da arte de construção naval no país, e vai contar com a participação do navegador e pesquisador Amyr Klink e outros profissionais especializados na área. A solenidade de abertura ocorre no dia 18 às 19h30, com a presença reitor da Univima, Othon Bastos. A iniciativa é do Governo do Estado, através da Univima, em conjunto com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e a Organização das Nações Unidas para Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

O navegador Amir Klink, padrinho do Museu Nacional do Mar de São Francisco do Sul (SC), já confirmou sua presença também em São Luís. O primeiro evento da série, realizado em 2005 no museu catarinense, teve uma média de 70 participantes por dia, parte dele pessoas da comunidade. O objetivo este ano é, além de dar continuidade à troca de experiências, divulgar o rico e diversificado acervo de embarcações maranhenses, bem como de suas técnicas tradicionais de construção naval artesanal.

Este ano, o Seminário do Patrimônio Naval Brasileiro será realizado na sede do Estaleiro Escola do Maranhão. Segundo Luiz Phelipe Andrès, diretor do Estaleiro e organizador do seminário, a grande finalidade deste tipo de interação é criar uma rede de comunicação, o que desde 2005 contribuiu para aproximar diversos profissionais e pesquisadores que trabalhavam isoladamente, embora com objetivos comuns, em diversas e distantes regiões do país.

O projeto Estaleiro Escola, subordinado a Univima, inaugurado em dezembro de 2006, valoriza os velhos mestres carpinteiros e os torna professores para ensinar o seu ofício a jovens carentes de comunidades que vivem próximas das águas. O Estaleiro Escola é fruto de uma pesquisa realizada há mais de 20 anos, que constatou que a arte de se construir embarcações estava correndo sérios riscos de se perder pela falta de registros e de continuação dentro das comunidades. Essas embarcações são de primordial importância para diversas atividades desenvolvidas pelas comunidades do extenso litoral brasileiro, lagos e rios navegáveis.

Segundo Phelipe, este ano o tema será a preservação do conhecimento da construção naval tradicional como forma de subsistência ligada à navegação marítima e fluvial.

O 2° Seminário do Patrimônio Naval Brasileiro é destinado à comunidade em geral. Os interessados devem se inscrever no site www.univima.ma.gov.br.

Com um litoral de 640 km de extensão, o segundo maior do país, o Maranhão tem na pesca artesanal e no transporte de passageiros e de carga, utilizando embarcações artesanais tradicionais, uma das bases de sua economia. Para preservar a antiga técnica de construção naval das embarcações utilizadas até os dias atuais ao longo do litoral e de suas bacias hidrográficas.

Para Luiz Phelipe Andrès o Estaleiro Escola é uma alternativa valiosa de fonte de geração de emprego e renda para as populações que dependem das embarcações artesanais para sua própria sobrevivência. "É um projeto muito importante, pois visa preservar a técnica tradicional de construção naval e garantir a continuidade dessa tradição, que é a base de economias regionais importantes como as pescas artesanais e o transporte de cargas e passageiros ao longo do litoral maranhense", avalia.

De acordo com Andrès, há um segmento representativo da população maranhense que apoia seu cotidiano de trabalho e subsistência nas práticas de navegação. A pesca artesanal, conforme enfatiza, garante emprego para milhares de famílias no Estado. Já o transporte de cargas e passageiros tem como principal forma de acesso à capital as vias marítima e fluvial.

O Estaleiro se baseou no Projeto Embarcações do Maranhão, iniciado em 1977 e transformado em livro. Um minucioso trabalho de pesquisa sobre a vida e a obra de velhos carpinteiros navais, visando a recuperação dos conhecimentos tradicionais de construção artesanal das embarcações do Maranhão. De acordo com Andrès, é um dos primeiros do gênero no Brasil. Teve a etapa de pesquisas de campo realizada com recursos da FINEP, no período de 1986 a 1989, no âmbito do Programa de Preservação e Revitalização do Centro Histórico de São Luís.

Fonte: Luiz Phelipe Andrés
(98) 8146-1104

 

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