Feira Literária movimenta São Luís
publicado em 25 de outubro de 2007, às 13h14
São Luís, Maranhão, tornou-se palco de uma grande festa literária que promete movimentar a cena cultural da cidade Patrimônio da Humanidade e renovar seu título de Atenas Brasileira. Exposições, lançamento e comercialização de livros, cursos, oficinas, palestras, saraus literários, rodas de conversa, exibição de vídeos, espetáculos teatrais e apresentações de shows musicais e grupos folclóricos marcarão os 10 dias de programação da 1ª Feira do Livro de São Luís (FELIS), que teve início na noite de ontem (18) e prossegue até o dia 27 de outubro, sempre das 8h30 às 22h. O maior evento cultural e literário da cidade, que tem como patrono o escritor maranhense Josué Montello, acontece no entorno das praças Maria Aragão e Gonçalves Dias, localizadas no Centro Histórico da cidade.
A Feira é uma iniciativa da Prefeitura de São Luís e do SESC, com a parceria de treze instituições, entre elas o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Nos 74 estandes espalhados por uma estrutura de 6.000 m², cerca de 50 mil títulos estarão à disposição do público para consumo. Além de adquirir as obras, os visitantes terão a oportunidade de ouvir a palavra de escritores consagrados, como Affonso Romano de Sant’Anna, Ana Miranda, Moacyr Scliar, Adriano Duarte Rodrigues, Ariano Suassuna, Bartolomeu de Campos Queirós, Thiago de Mello, Ignácio de Loyola Brandão. No espaço batizado como Casa do Escritor Maranhense serão lançados mais de 40 títulos de autores maranhenses. A expectativa da organização é que o evento reúna em torno de 200 mil pessoas entre estudantes, professores, educadores, universitários e público em geral.
Para o público infantil, foi organizada uma programação especial, com a realização de diversas atividades como jogos educativos, pintura facial, oficinas de conto, poesia, ilustração, origami, tangran, brinquedos alternativos e a arte da mímica. Também haverá, todos os dias, a Hora do Conto, com histórias encenadas pela Tapete Criações, além de espetáculos teatrais variados.
Com o tema “São Luís abre as janelas”, a Feira do Livro tem como objetivo central democratizar o acesso à leitura e fomentar as cadeias criativa e produtiva do livro, oferecendo ao público momentos de entretenimento, informação e capacitação e também abrir espaço para a discussão de políticas públicas para a leitura e o encontro e organização de instituições representativas do universo literário da cidade, do estado e do país.
Para a professora Lúcia Nascimento, coordenadora geral, este é um livro gigante escrito a muitas mãos, são mais de 1000 pessoas envolvidas na concretização do evento. “Nas primeiras reuniões escrevemos o prefácio, hoje, com a 1º edição, estamos escrevendo o primeiro capítulo”, disse a professora. Um projeto desta envergadura implica em muitas dificuldades que os organizadores preferem chamar de desafios, afinal, as portas estão sendo abertas para uma nova leitura social, através dos livros. Desde o início, a idéia da produção coletiva foi disseminada entre os colaboradores, que acreditaram e formaram um grupo de 21 instituições, entre órgãos públicos e entidades privadas viabilizando o evento.
A Feira do Livro já está instituída no calendário oficial da prefeitura por meio da Lei Municipal nº 4.449, de 11 de janeiro de 2005 e terá periodicidade anual. O propósito é perpetuar a tradição dos grandes autores da história literária de São Luís e a resistência da produção dos escritores contemporâneos, atingindo a todas as classes da população de São Luís.
Participação do Iphan
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) terá presença marcante na programação da Feira.
Nos dias 21 e 22 acontecerá o Seminário “Patrimônio Cultural de São Luís”, no Auditório Josué Montello, com as seguintes palestras:
• “Patrimônio e Cultura Popular”, dia 21 (domingo), das 8h30 às 12h, com o professor Ronald Almeida;
• “Os Franciscanos no Maranhão e Grão-Pará”, dia 21, das 14h às 16h, com a professora da Universidade de Lisboa, Maria Adelina Amorim;
• “Patrimônio Artístico Colonial Luso-Brasileiro nos Séculos XVII e XVIII”, dia 21, das 16h30 às 18h, com o professor da Universidade de Lisboa, Vítor Serrão;
• “Patrimônio Cultural Material Brasileiro”, dia 22 (segunda), das 8h30 às 12h, com o assessor especial da presidência do Iphan, Cyro Lyra.
A programação contará também com o Simpósio “A Cidade, a Cultura e o Conhecimento” que terá a participação da superintendente regional do Iphan, Kátia Bogéa, no dia 26 (sexta-feira), das 8h30 às 12h, que proferirá a palestra “Arte Sacra: a Imaginária em São Luís”.
O antropólogo do Iphan, Rodrigo Ramassotte, junto com o pesquisador e professor da UFMA, Sérgio Ferretti, estarão presentes na Roda de Conversa do dia 22 (segunda), no espaço Casa do Escritor Maranhense. Os dois falarão sobre o processo de registro e salvaguarda do Tambor de Crioula como patrimônio cultural e debaterão o tema com os principais representantes da manifestação folclórica no estado. E os 50 painéis fotográficos da exposição “Tambor de Crioula: Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro”, do fotógrafo Edgar Rocha, também estarão em cartaz na praça Gonçalves Dias.
Mais Informações:
Site: www.feiradolivro.saoluis.ma.gov.br
E-mail: feiradolivro@saoluis.ma.gov.br
Telefone: (98) 3212 3350