Capela do Bom Jesus da Pobreza é devolvida à comunidade de Tiradentes
publicado em 05 de outubro de 2007, às 14h27
A capela do Senhor Bom Jesus da Pobreza, de Tiradentes, Minas Gerais, foi devolvida ao uso pela comunidade, após receber obras de restauração por intermédio da equipe de obras do Iphan em Tiradentes, em colaboração com iniciativa particular, paróquia e prefeitura municipal.
Em trabalho integral de restauro, foi consolidada a estrutura, com costura das taipas, restauração do telhado, com substituição de madeirame comprometido e de metade das telhas; substituição de beirais de cachorros, substituição total dos forros da nave, sacristia e coro, substituição do assoalho da nave e do coro, restauração das esquadrias originais, da balaustrada do coro.
O retábulo teve as peças de suporte substituídas e as tábuas consolidadas. A pintura branca foi removida, deixando a vista a pintura “de forma” datada de 1941. Ainda foi feita drenagem no pátio, elevação do adro e tratamento paisagístico do pátio. As imagens do Bom Jesus, Santa Rita, Nossa Senhora do Patrocínio, São Geraldo, o painel do Padre Eterno e frontal do altar foram restaurados pela empresa Anima dos restauradores Carlos magno Araújo e Edmilson Barreto Marques. Passou por restauração e limpeza os dois sinos de origem setecentista assim como lampiões do século XIX. Ainda foi realizada toda a pintura interna e externa do templo, como o revestimento das calçadas laterais e frontal e instalação de nova escada de acesso à sacristia, demolida em 1967.
O monumento recebeu novas instalações elétricas, como novos pontos de luz e instalação de novo lustre.
Pouco se conhece sobre a construção capela do Bom Jesus da Pobreza além do fato de ter sido aberta ao culto em 1786. No início da década de 1940, foi promovida ampla reforma no templo, com introdução de uma porta lateral e criação de um pátio; substituição dos assoalhos, feitura de novo presbitério em cimento e ladrilho hidráulico, além de novas pinturas no retábulo, paredes e nichos feitas por Francisco Cezário Coelho. Nesta época foi colocado um painel no forro representando o Pai Eterno.
A capela tem fachada caprichosa com porta única, almofadada, duas janelas à altura do coro, cimalha escalonada e frontão curvo recortado, ladeado por pináculos e centrado por óculo. Um puxado lateral abriga a sineira. A planta é simples com apenas nave. No plano superior o acesso ao coro também serve de sineira. O coro é definido por balaustrada torneada setecentista. O retábulo em madeira lisa, recortada, compõe de nicho central com trono onde se destaca a bela imagem do Bom Jesus e dois pequenos nichos laterais com as imagens setecentistas de Santa Rita e Nossa Senhora do Patrocínio, obras de grande valor.
Cite-se ainda a imagem de São Geraldo em barro cru, esculpida por Joaquim Vicente do Carmo nos primeiros anos do século XX.
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Marcos Cambraia