Nova Iluminação garante historicidade com eficiência em Paraty

publicado em 22 de novembro de 2007, às 15h21

 

Será inaugurada, dia 23, às 19 horas, a iluminação urbana do bairro histórico de Paraty, cujo projeto também englobou a implantação de uma nova rede de distribuição de energia elétrica subterrânea para aquela cidade histórica. A solenidade acontecerá ao lado da igreja Matriz e contará com a presença de autoridades federais, estaduais e municipais.

Os estudos para a elaboração do plano diretor e do projeto de iluminação urbana do bairro histórico de Paraty foram iniciados ainda em 2000. Mas apenas no dia 1º de Junho de 2006 foi assinado um termo de cooperação técnica entre o Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional/6ª Superintendência Regional, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços, Furnas Centrais Elétricas S.A., Ampla Energia e Serviços S.A. e o Município de Paraty, para viabilizar sua execução.

O projeto permitiu, principalmente, eliminar a poluição visual causada pela rede aérea
de distribuição de energia e pelo posteamento existente, em desarmonia com a morfologia urbana e com a tipologia arquitetônica do conjunto histórico, tombado pelo Iphan em 1958.

O Iphan, responsável pela proteção, preservação e fiscalização do
patrimônio cultural brasileiro, prestou assessoria técnica e acompanhou a execução
dos trabalhos, no âmbito de sua competência legal. Nesse sentido, as escavações para embutir a rede elétrica foram acompanhadas, a fim de resguardar o patrimônio arqueológico da cidade.

O novo sistema ainda permite o aumento da confiabilidade no suprimento de energia elétrica e a implantação de uma iluminação pública eficiente. É, também, o primeiro conjunto ambiental urbano a ser iluminado com lâmpadas de apenas 35W de potência. A utilização dessas lâmpadas, de baixa potência, deve-se ao emprego de tecnologia de ponta, presente em micro-projetores de alta eficiência energética. Ao todo, foram instalados 470 pontos de iluminação no bairro histórico, distribuídos entre as praças, o cais, a borda d’água e o conjunto arquitetônico.

“A iluminação pública que existia no bairro histórico, com lâmpada de vapor de sódio, tornava a paisagem monocromática, interferindo numa das principais características do conjunto arquitetônico, além de alterar a cromaticidade da paleta dos elementos arquitetônicos (portais, portas, janelas, beirais, desenhos e ornatos)”, explica a arquiteta do Iphan/RJ, Ana Lúcia Gonçalves, responsável pelo acompanhamento do projeto.

Segundo ela, “o bairro histórico de Paraty caracteriza-se pelo contraste das cores dos vãos e detalhes arquitetônicos com o fundo branco das alvenarias caiadas. Assim, a percepção cromática vem a ser um importante elemento para a apreciação do espaço urbano, garantida pela nova iluminação com o emprego de lâmpadas eficientes e de boa reprodução de cor”.

A existência de alguns exemplares remanescentes de lampiões do século XIX garantiu a sua reprodução por artesãos de Tiradentes; e a incorporação de um conjunto ótico eficiente a esse modelo de lampião lhe conferiu contemporaneidade. Assim, o projeto reafirma a identidade de Paraty como antiga vila colonial. Em contraponto, os postes de iluminação projetados com desenho contemporâneo e que fazem alusão aos antigos mastros das caravelas, tão comuns durante o Brasil Colônia, hoje se confundem com os mastros dos saveiros, no cais.

O projeto de iluminação urbana agrega, dessa forma, o modo de vida da população. E, exatamente por conta disso, um circuito elétrico independente foi criado no percurso das procissões religiosas, para que durante a caminhada dos fiéis os lampiões possam ser apagados e o trajeto iluminado apenas com a luz das velas. Da mesma forma, a praça da Matriz e a de Santa Rita receberam um sistema complementar de iluminação, a fim de atender às festividades nessas áreas.

Fonte: Ascom / Ministério da Cultura

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