O país está em festa: Carimbó é Patrimônio Cultural brasileiro

publicada em 11 de setembro de 2014, às 12h56

 

Os brasileiros podem colocar a saia para rodar e o tambor para tocar. Por unanimidade, o Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural declarou o Carimbó como Patrimônio Cultural do Brasil. A decisão ocorreu na manhã desta quinta-feira (11), durante a 76ª reunião do Conselho, na Sede do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em Brasília.

Os 22 conselheiros foram favoráveis ao parecer lido pela antropóloga e relatora do registro, Lúcia Velthem. Em seu discurso, emocionado, ela declarou que a dança e suas diversas manifestações estão inscritas na identidade do paraense, e que agora, o seu valor simbólico passa a representar todos os brasileiros.

Com a aprovação do registro, o Carimbó e suas as formas expressas nos aspectos artísticos, cultural, ambiental, social e histórico da região amazônica, passam a fazer parte do Livro de Registro das Formas de Expressão. Isso garante a salvaguarda deste bem cultural, que se manteve vivo com a força de seus praticantes. De acordo com a ministra da Cultura, Marta Suplicy, que acompanhou a votação por vídeo conferência, "a chancela nacional é voltada à preservação, e a da Unesco, a uma maior visibilidade internacional, o que é muito importante para a atração de turistas”.

Já a presidenta do Iphan, Jurema Machado, destacou a importância da diversidade cultural. “O Estado, junto com os detentores desta prática, é agora um parceiro na manutenção, na salvaguarda e na vitalidade desse bem. Eu acho que, tanto quanto o reconhecimento do Carimbó, potencialmente beneficia os detentores, beneficia sobretudo o país, que pode se reconhecer, nesse amplo território, em valores culturais que representam sua unidade”, completou Jurema Machado.

Durante a votação, também estiveram presentes representantes dos grupos de Carimbó que tomaram a palavra para enfatizar o engajamento das comunidades carimbozeiras em buscar o reconhecimento de sua expressão máxima. Um verso do mestre Verequete, recitado pela relatora Lúcia Velthem, mostra que a força desta expressão está, mais do que nunca, viva: “O carimbo não morreu, está de volta outra vez. O carimbó nunca morre”.

Termo Carimbó
Publicado em 1905, o Glossário Paraense, de Vicente Chermont de Miranda, descreve o carimbó como um "tambor feito de madeira oca e coberto, em uma de suas extremidades, por um couro de veado". Com o tempo, a denominação passou a se referir também à dança associada ao ritmo produzido pela percussão.

As descrições apresentadas pelo Dossiê trazem novas e mais apuradas significações sobre o carimbó. Logo na Introdução, o Dossiê aponta que Korimbó é palavra de origem Tupi e dela surgiu o nome do tambor que mais tarde deu nome à manifestação. Contemporaneamente, portanto, o termo carimbó é utilizado majoritariamente como referência à expressão que envolve festa, música e coreografia características e tradicionalmente reproduzidas no nordeste paraense.

O Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural
O Conselho que avalia os processos de tombamento e registro é formado por especialistas de diversas áreas, como cultura, turismo, arquitetura e arqueologia. Ao todo, são 22 conselheiros, que representam o Instituto dos Arquitetos do Brasil – IAB, o Conselho Internacional de Monumentos e Sítios - Icomos, a Sociedade de Arqueologia Brasileira – SAB, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – Ibama, o Ministério da Educação, o Ministério das Cidades, o Ministério do Turismo, o Instituto Brasileiro dos Museus – Ibram, a Associação Brasileira de Antropologia – ABA, e mais 13 representantes da sociedade civil, com especial conhecimento nos campos de atuação do Iphan. A mesa é presidida pela Drª Jurema Machado

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